Política de insegurança mata mais dois trabalhadores na Petrobrás

 

FUP

O ano de 2012, que foi marcado por vazamentos e contaminação por benzeno, mutilações e acidentes fatais no Sistema Petrobrás, termina com mais duas mortes de trabalhadores terceirizados. Um acidente no Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), na quinta-feira (20), matou dois operários e feriu gravemente outro trabalhador nas instalações da unidade.

As informações preliminares são de que uma viga de 20 toneladas de uma ponte em construção tombou sobre um caminhão Munck que estava sendo operado pelos trabalhadores. O motorista Vanilson Silva de Souza, 36 anos, e o ajudante Renan da Silva Teles, 23, morreram na hora. Eles trabalhavam para a MPE Montagem e Projetos Especiais, empreiteira que presta serviços no Comperj. A terceira vítima está em estado grave em um hospital de Niterói.

Esse acidente soma-se a uma série de ocorrências graves que têm colocado em risco os trabalhadores próprios e terceirizados nas unidades operacionais do Sistema Petrobrás, denunciando a iminência de uma grande tragédia anunciada. Só em 2012, foram 14 trabalhadores mortos em acidentes, sem qualquer reação contundente dos gestores da empresa, que apontem para mudanças estruturais no SMS.

Recentemente, a Petrobrás se reuniu com a FUP para fazer um balanço do intercâmbio com a Statoil onde representantes da empresa e da Federação conheceram de perto as práticas de SMS da estatal norueguesa, que é referência de segurança na indústria de petróleo. Os gestores da Petrobrás não fizeram qualquer menção à fundamental participação dos petroleiros noruegueses na elaboração e execução da política de SMS da Statoil. Além disso, a Petrobrás ainda tentou justificar o alto índice de acidentes em suas unidades e minimizou a absurda quantidade de trabalhadores mortos, alegando que opera com um número muito maior de homens-hora expostos do que a Statoil.