A Polícia Militar de Santa Catarina prendeu dois homens na noite desta quarta-feira (16), em Garuva, região Norte do estado, por suspeita de furto de petróleo em duto da Transpetro.
Técnicos da empresa perceberam queda de pressão na tubulação naquela região e decidiram investigar. Descobriram a ação dos criminosos no local conhecido como Sol Nascente, que fica às margens da rodovia que liga a região ao Porto de Itapoá.
De acordo com informações da Polícia, os detidos portavam equipamentos sofisticados, como uma “trepanadora” para perfurar o tubo, e alugaram uma casa próximo ao local onde furtavam petróleo. Eles agiam às escondidas e os moradores da região perceberam a movimentação atípica de caminhões, mas acreditavam que trabalhavam em um terreno. Ainda segundo a comunidade, na maioria das vezes os caminhões circulavam durante a noite.
Os criminosos foram identificados como Fábio Ferreira Mota Santos, de 33 anos, e Anderson Pereira da Silva, de 38 anos, ambos são do Rio de Janeiro. Existe a suspeita de que sejam ex-funcionários de uma refinaria.
Análise preliminar da Secretaria de Meio Ambiente de Garuva constatou que não houve vazamento de petróleo que trouxesse danos ambientais. Nesta quinta-feira (17), a Defesa Civil e peritos devem retornar ao local para averiguar melhor a situação.
Para o secretário de segurança, meio ambiente e saúde do Sindipetro, Alexandro Guilherme Jorge, os casos de furto de petróleo não causam apenas prejuízos aos equipamentos e danos ambientais, como também expõem os trabalhadores ao risco. “Quem for verificar um furo na tubulação pode dar de cara com os bandidos”, explica.
Recorrência e vistas grossas
Segundo informações obtidas pelo Sindipetro junto a trabalhadores da Transpetro, ocorrem ao menos duas derivações clandestinas por semana em dutos de petróleo ligados à Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária. Na terça-feira (15), foi percebido queda de pressão na região de Tijucas do Sul (PR). Na quarta, este caso de flagrante em Garuva.
Operadores da Repar relataram que baixaram a carga de operação na quarta-feira por causa da queda na pressão nos dutos, o que diminuiu a quantidade de petróleo que chega à refinaria. Chegaram até a iniciar o procedimento padrão de parada de dutos.
Os casos de furtos de petróleo e produtos derivados nas tubulações tem sido frequentes e em muitos deles a Companhia sequer comunica os órgãos ambientais.
[Sindipetro-PR/SC, com informações do Jornal O Correio do Povo]