Painel de debate na manhã de hoje na VI Plenafup mostrou o modo como o setor petróleo é utilizado no jogo global do capitalismo. De diferentes maneiras, os expositores defenderam uma atuação mais internacional dos trabalhadores para disputar as riquezas produzidas pelo petróleo para promover a inclusão social, e não apenas no Brasil. Participaram dos debates o professor e pesquisador do IFF (Instituto Federal Fluminense), Roberto Moraes, o diretor do MAB (Movimento dos Atingidos por Petróleo), Gilberto Cervinski, e o diretor do Clube de Engenharia, Pedro Celestino.
Moraes apresentou dados dos seus estudos sobre as cadeias produtivas do petróleo e seus impactos regionais e internacionais. Para ele, é preciso compreender os ciclos econômicos do petróleo e o modo como são manipulados pelo capitalismo para gerar concentração de poder e de renda. “O ciclo do petróleo não é natural e nem nacional. Obedece a um movimento global”, disse.
A questão central, para o professor, é “pensar na componente global na luta pelo controle dos excedentes do petróleo”, indicando que os trabalhadores devem disputar globalmente o destino das riquezas produzidas pelo setor.
Neste cenário, o Brasil ocupa um papel estratégico em função da Petrobrás. O País é responsável por seis das 10 maiores descobertas de petróleo nos últimos 15 anos, além de ter a sexta maior reserva de petróleo do mundo, de acordo com dados apresentados pelo professor.
Este peso estratégico também foi destacado pelas exposições de Cervinski e Celestino. O primeiro, do MAB, lembrou que o Brasil é cobiçado em razão da vitalidade do seu setor energético. No caso da Petrobrás, trata-se de uma empresa com capacidade de investimento, com um corpo técnico especializado, com mercado interno e com grande tecnologia. “Qualquer empresa do mundo gostaria de se apropriar de 80 mil trabalhadores como os da Petrobrás”, disse Cervinski.
Após ter feito uma panorâmica sobre o crescimento do setor petróleo no Brasil, que experimentou expansão mesmo no período da Ditadura Militar, Celestino destacou o papel que a companhia exerce como âncora da economia brasileira. “A Petrobrás sempre foi atacada por setores que não querem o desenvolvimento soberano do País”, afirmou, lembrando a importância do pré-sal.
“O pré-sal é a maior descoberta do planeta nos últimos 30 anos. Por isso é objeto de cobiça dos abutres”, denunciou Celestino.
Fonte: Sindipetro-NF