Agência Estado, por Sabrina Valle e Clarissa Thomé
O último incidente no bloco operado pela Chevron no Campo do Frade pode estar relacionado ao vazamento de 2,4 mil barris de óleo em novembro de 2011 e representar riscos de um novo e grande vazamento, de acordo com especialistas e técnicos envolvidos nas investigações. O delegado de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico da Polícia Federal, Fábio Scliar, dá como certo o vínculo. A petroleira alega não ter encontrado relação entre os dois incidentes. Porém, a hipótese de que o reservatório apresente problemas de pressão e haja risco é uma das mais fortes possibilidades na investigação. “Essa perfuração deve ter causado uma hecatombe em volta do poço, com uma série de microfissuras. E o óleo está pressionando para sair”, disse Scliar.
Técnicos da Agência Nacional do Petróleo (ANP), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Petrobrás também investigam a origem do óleo que escapou, mas os relatórios não foram concluídos. No entanto, ganha força a hipótese de que um erro da empresa americana tenha provocado problemas de pressão no reservatório, com o petróleo procurando agora novos caminhos sob a terra para aflorar. Avaliações preliminares do Ibama também apontaram para um efeito de causa e consequência. Se comprovada essa tese, há possibilidade de condenação criminal pela Justiça, e não apenas autuações e multas por parte do Ibama e da ANP. Como considera que os vazamentos estejam interligados, a PF manterá o inquérito aberto em novembro, que está no Ministério Público para avaliação.