“União” foi a principal palavra dessa greve nacional dos petroleiros iniciada em 1º de novembro. Foi a unidade da categoria que garantiu a preservação da Petrobrás, o recuo nos desinvestimentos na estatal e a garantia de nenhum direito a menos no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
Foi com esse espírito de categoria única e forte que os petroquímicos da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen-PR) em Araucária foram reconhecidos como os trabalhadores do Sistema Petrobrás que são.
Graças à atuação da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Petroquímicas do Estado do Paraná (Sindiquímica-PR), e ao apoio dos petroleiros de todo o Brasil que foi garantida a isonomia para trabalhadores da Fafen-PR no ACT.
Com a pressão da categoria, a Petrobrás se comprometeu a implementar até 31 de janeiro de 2016 o pagamento do Adicional por Tempo de Serviço (ATS) aos trabalhadores da unidade nos mesmos moldes praticados no Sistema, bem como o pagamento da defasagem de 3% em relação à Remuneração Mínima por Nível e Regime (RMNR) – retroativo a primeiro de setembro – e a implantação parcial do Plano de Classificação e Avaliação de Cargos (PCAC).
Todos os petroquímicos e petroquímicas paranaenses e familiares reconhecem e agradecem a todos petroleiros do Brasil pelo importante papel na luta pela unidade da categoria e pelo reconhecimento dos direitos.
“Em um momento de definição da greve, a Federação pôr a nossa pauta como uma das prioridades foi algo extremamente nobre, por reconhecer que nós temos condições precárias em relação ao Sistema Petrobrás. Todos os petroquímicos agradecem por esse empenho”, destaca o diretor do Sindiquímica-PR Gerson Luiz Castellano.
A história de luta dos trabalhadores da Fafen-PR vem de longa data. A unidade antiga Ultrafértil pertencia ao Sistema Petrobrás, mas foi entregue à privatização em 1993, leiloada pela metade de seu valor real. Após 20 anos na iniciativa privada, os trabalhadores construíram um movimento grande de resistência contra a precarização das condições de trabalho, a defasagem salarial e a falta de capacitação e de investimentos no setor petroquímico.
A partir de 2013 a unidade voltou para a Petrobrás, mas com acordo diferenciado, inferior ao acordo geral válido para os demais trabalhadores do Sistema. “Tudo na unidade era da Petrobrás, menos o acordo”, conta Castellano.
Durante os 12 dias de greve deste ano, os petroquímicos da Fábrica conseguiram que a produção ficasse 100% paralisada, mostrando a união e entendimento dos trabalhadores – que não se submeteram a fazer parte da equipe de contingência da empresa.
Por isso, o apoio da categoria na luta pela isonomia aos trabalhadores da Fafen-PR é tão significativo para os petroquímicos paranaenses.
[Foto: Agência Abridor de Latas]
Fonte: Sindiquímica PR