Petróleo, combustíveis e ICMS em análises do Ineep

Por Carla Borges Ferreira e Rodrigo Leão, do INEEP

O movimento dos preços do petróleo no mercado externo, os reajustes praticados para gasolina, óleo diesel e gás de cozinha e o fim do congelamento do ICMS incidente sobre os combustíveis foram alguns dos assuntos analisados para a imprensa, ao longo deste mês, pelo coordenador técnico do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), Rodrigo Leão.

Os temas também foram objeto do artigo Os preços dos derivados e as perspectivas para 2022, escrito pela pesquisadora do Ineep, Carla Ferreira, e publicado na edição do Valor Econômico de 14/01. Ao longo do texto, ela informa as variações de preços no mercado interno em 2021, aponta as sugestões do Ineep e conclui que “os preços dos preços dos combustíveis e do GLP devem continuar pesando na inflação e no bolso dos consumidores”.

“O dado novo é a eleição que se avizinha. Os apoios políticos e os votos passam a compor a equação de uma disputa que tem, de um lado, os acionistas da Petrobras, beneficiados pela atual política de preços da estatal, e de outro, os consumidores, pressionados pela inflação”, comenta ainda a pesquisadora ao fechar o artigo.

Em entrevista à Agência Estado, Leão prevê que, para os próximos meses, a tendência é que os preços no Brasil continuem subindo. Para o mercado externo, ele considera que “o mais provável é que haja uma certa estabilização dos preços do barril, o que não deve ajudar na queda do valor do combustível no País, em função da atual estrutura de preços do mercado brasileiro.

“Esse cenário, somado ao atual desenho eleitoral – que pode promover um ciclo de desvalorização cambial – pode, ao contrário, provocar uma nova sequência de aumento de preços no segundo semestre”, analisa ele em matéria publicada 24/01.

ICMS

Ao Portal UOL, na reportagem Preços de gasolina e diesel subiram ou caíram com o ICMS congelado? Leão informa que, por conta da política de preços da Petrobras, já era esperado que o congelamento do ICMS tivesse pouco impacto sobre os combustíveis na bomba.

Em vigor desde 1º de novembro, o congelamento do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre combustíveis chega ao fim dia 31 de janeiro, por decisão dos governadores.

Segundo Leão, o problema do combustível é estrutural e não será resolvido com uma só medida. “Há outros elementos que continuam puxando o preço para cima”, avalia ele, em matéria publicada pelo UOL dia 19/01.