Petroleiros voltam a se mobilizar nesta segunda-feira por PLR democrática

 

FUP

 

Após a vitoriosa greve nacional de 24 horas no último dia 28, os petroleiros voltam a se mobilizar e intensificam a luta por regras democráticas e justas para a PLR. Nesta segunda-feira (04/02), quando o Conselho de Administração da Petrobrás se reúne para definir os resultados de 2012, inclusive os valores a serem provisionados aos trabalhadores e aos acionistas, a FUP e seus sindicatos convocam a categoria a realizar uma grande manifestação com atos e mobilizações regionais em todo o país, para pressionar a empresa a negociar os valores integrais da PLR.

Também na segunda-feira, os petroleiros iniciam as assembleias para avaliar o indicativo da FUP e de seus sindicatos de greve nacional de cinco dias, entre 20 e 24 de fevereiro. O indicativo foi definido pelo Conselho Deliberativo da FUP, que reuniu-se nos dias 30 e 31, no Rio de Janeiro para discutir os próximos rumos da campanha. Outro encaminhamento do Conselho foi de que a FUP solicite audiências com as presidências da Petrobrás e do Conselho de Administração da empresa para levar as reivindicações dos trabalhadores e discutir o montante a ser provisionado para a PLR, antes da assembleia dos acionistas.

Trabalhadores penalizados e acionistas protegidos

Os petroleiros não podem ser penalizados pelos gestores da Petrobrás, que querem reduzir em mais de 50% os valores da PLR, enquanto preservam integralmente a remuneração dos acionistas. A alegação é a queda do lucro, mas  o mesmo discurso não é aplicado para os acionistas, que, blindados pelo estatuto da empresa, não sofrerão qualquer redução nos dividendos.

Por que, então, penalizar os petroleiros, que muitas vezes são submetidos a condições precárias e inseguras de trabalho, acumulando funções e dobras, devido aos efetivos insuficientes? Os resultados negativos da Petrobrás não são culpa do trabalhador e sim de um modelo de gestão determinado pelo mercado e por seus acionistas. Por culpa desses gestores, não foram feitos os investimentos devidos na manutenção de áreas operacionais, o que causou a degradação de plataformas, colocando em risco a segurança dos trabalhadores e do meio ambiente.

O resultado dessa gestão equivocada se expressa muito além da queda da produção e do lucro da Petrobrás. Nos últimos dez anos, 144 trabalhadores morreram em acidentes na empresa. Só em outubro do ano passado, foram três mortes em menos de quinze dias. Em função de denúncias e cobranças da FUP e de seus sindicatos, os órgãos fiscalizadores interditaram nos últimos anos diversas plataformas, devido à insegurança operacional.

Por tudo isso, os trabalhadores são contra a política de desinvestimento anunciada pela atual direção da Petrobrás, que tem feito cortes em áreas estratégicas, como os campos terrestres, gerando redução de postos de trabalho e precarização. O Brasil não pode prescindir dos investimentos da empresa que é a principal locomotiva da economia e do desenvolvimento do país.