No Rio Grande do Norte, a segunda contraproposta de Aditivo ao Acordo Coletivo de Trabalho (ACT 2015-17) apresentada pela Petrobrás continua sendo esmagadoramente rejeitada. As sessões deliberativas tiveram início na última quinta-feira, 20, antes mesmo da realização da reunião do Conselho Deliberativo da FUP, que aprovou o indicativo contrário à aceitação.
Desde então, a partir da consulta realizada no Polo Guamaré, foram promovidas assembleias com trabalhadores e trabalhadoras do Ativo Mar (embarques de terça e quinta-feira); da Base-34, Canto do Amaro, Alto do Rodrigues, Transpetro – Mossoró e embarque do Polo Guamaré (quarta-feira); e com as bases de Riacho da Forquilha e Lorena (quinta).
Sem computar UTE-JSP, Transpetro – Macaíba e Sede Natal, unidades em que os trabalhadores têm assembleias marcadas mas ainda não se reuniram, a totalização das manifestações, por muito pouco, não expressa unanimidade. Até o meio-dia desta quinta-feira, 27, foram 99,7% de votos contrários, 0,3% de abstenções e nenhum voto a favor.
A grande insatisfação da categoria não surge ao acaso. Apresentada em 19/10, a proposição da Companhia prevê reajuste de salário abaixo da inflação, congelamento da gratificação de campo terrestre e mudança no auxílio refeição. Além disso, a empresa insiste em propor redução da remuneração referente ao pagamento de horas extras e diminuição da jornada de trabalho com redução de salários.
Jornada de luta
Além de recusar a contraproposta apresentada pela Direção da Petrobrás, a categoria petroleira vem aprovando um calendário de mobilizações para o período de 31 de outubro a 10 de novembro. A agenda prevê a realização de atrasos, vigílias, bloqueios e paralisações, culminando com a participação da categoria no Dia Nacional de Luta, programado para 11 de novembro.
Organizado por oito centrais sindicais e diversos movimentos sociais, com destaque para as organizações estudantis, o dia 11 de novembro de 2016 – uma sexta-feira, promete ser um grande desaguadouro da crescente e cada vez mais ampla insatisfação popular com medidas anunciadas e defendidas pelo governo golpista. Entre a juventude, as principais bandeiras repudiam a PEC 241, a MP do Ensino Médio e o PL da Escola Sem Partido (Lei da Mordaça).
Já, entre a classe trabalhadora, o protesto visa rechaçar medidas relacionadas às reformas trabalhista (acordado sobre legislado e terceirização irrestrita) e da Previdência (idade mínima para aposentadoria); aos PL 257 e 432 (congelamento de salários de servidores e flexibilização do combate ao trabalho escravo); e à retirada da Petrobrás da condição de operadora única do Pré-sal.