Nesta terça-feira, 14/02, a categoria petroleira se mobilizou por todo o país na luta contra a privatização do sistema Petrobrás. A data lembra a explosão que ocorreu em 2015 na plataforma FPSO Cidade de São Mateus, o maior acidente nos últimos 15 anos. A tragédia matou nove trabalhadores, deixou 26 feridos e outros 39 traumatizados, mas até hoje não resultou em punição para a BW Offshore, empresa responsável pela Plataforma, e nem pra nenhum Gestor da Petrobrás, que negligenciaram a fiscalização da plataforma afetada.
Em Minas, foi realizado um atraso de duas horas, com a presença da deputada estadual Marília Campos (PT) e do ex-dirigente do sindicato dos bancários e economista José Prata. Houve uma análise de conjuntura e uma discussão sobre a reforma da previdência. Os petroleiros também fizeram a distribuição do jornal especial da FUP e de uma cartilha da deputada sobre a reforma da previdência. O atraso também foi realizado em Pernambuco, em frente ao Complexo Industrial e Portuário de Suape. Outra ação dos petroleiros foi o não abastecimento de carretas com Bunker. Em São Paulo, a direção do Unificado realizou um ato de atraso na entrada dos trabalhadores do Terminal da Transpetro de Guararema. Assim, na manhã de hoje (14/02), a jornada teve início duas horas mais tarde.
No Sindipetro PR/SC, os petroleiros se reuniram em frente à Fafen e mostraram o material produzido pela FUP, o informativo “Muito mais que um crachá verde”. O Sindiquímica Paraná também fez uma distribuição dos boletins nacionais, em frente à empresa, além de dialogarem sobre os perigos da privatização e afirmarem que estarão cada vez mais na porta da fábrica em mobilizações.
Os trabalhadores do Amazonas fizeram panfletagem na REMAN, e, na Bahia, os petroleiros e petroleiras se mobilizaram na FAFEN-BA e UTE-RA. No Norte Fluminense, os trabalhadores estiveram em todos os aeroportos e bases de terra, realizando atos pelo Dia Nacional de Luta contra a privatização do Sistema Petrobrás. A data foi escolhida pela FUP porque, nesse dia, há dois anos acontecia o acidente com o navio-plataforma Cidade de São Mateus, da norueguesa BW Offshore e afretado à Petrobrás, que deixou nove mortos e 26 feridos.
No Ceará, os petroleiros iniciaram o dia na porta da Usina TermoCeará, localizada na Caucaia. A categoria realizou um café da manhã com atraso também em protesto contra o corte da refeição na unidade, ocorrido desde o último dia 12. Segundo o diretor do Sindipetro, Douglas Uchoa, “o sindicato vai entrar com ação jurídica contra esse corte. É um absurdo a empresa, que tem outros gastos absurdos, querer tirar uma mixaria que é a alimentação de seus funcionários, principalmente aqui, que é uma área remota”.
As manifestações por todo o país reforçam a situação de risco vivida pelos trabalhadores do ramo de petróleo e gás estão expostos. As medidas de segurança para evitar novos acidentes semelhantes não são tomadas. Infelizmente, está sendo cada vez mais comum a prática de terceirização das atividades da Petrobrás, precarização das relações de trabalho e exposição dos trabalhadores ao perigo. Muitas vezes, os petroleiros sofrem assédio moral e são obrigados a desempenhar múltiplas funções, além de sofrerem retaliações quando se negam a fazer algo por questão de Segurança. Desta maneira, os acidentes continuam.
A FUP e seus sindicatos filiados lutam contra o desmonte da Petrobrás e contra a precarização das condições de trabalho. Nós somos os petroleiros e nossa luta é por condições dignas de trabalho e por nosso patrimônio.