Petroleiros realizam novas mobilizações por preços justos para os combustíveis no quarto dia de greve

No quarto dia de greves regionais, os petroleiros realizam nesta segunda-feira, 08, novas mobilizações de oferta de combustíveis a preços subsidiados para a população. As atividades ocorrem em São Paulo, com ações direcionadas às mulheres motoristas de aplicativo, e em Mossoró, no Rio Grande do Norte (veja no final da matéria). Na semana passada, nove municípios do país foram atendidos pelas ações da FUP e de seus sindicatos, que junto com a CUT e movimentos sociais, distribuíram 22 mil litros de gasolina a R$ 3,50 o litro, 10 mil litros de óleo diesel a R$ 3,09 o litro, e 450 botijões de gás de cozinha a R$ 40,00 o botijão de 13 kg.

Outras regiões do país devem ser  contempladas por novas ações dos petroleiros ao longo da semana. A FUP e seus sindicatos pretendem transformar em permanentes essa atividades, com um calendário fixo de mobilizações para dialogar com a população sobre os impactos negativos da política de preços da Petrobras e das privatizações no bolso dos consumidores.

As greves que estão ocorrendo na Bahia, Amazonas, Espírito Santo e São Paulo entram nesta segunda-feira, 08, no quarto dia. Novas adesões devem ocorrer ao longo da semana, com a aprovação da greve em outras bases sindicais da FUP. O movimento já foi aprovado em Pernambuco, onde trabalhadores da Refinaria Abreu e Lima (Rnest) devem se somar ao movimento. Na Usina do Xisto (SIX), no Paraná, a greve também já está aprovada. Em Minas Gerais, outro estado onde os petroleiros aprovaram a greve, o Sindipetro prepara o início da mobilização para os proximos dias.

Com pautas de reivindicações diversas, os sindicatos denunciam os impactos das privatizações nas relações de trabalho, em função das transferências compulsórias feitas pela gestão da Petrobrás, da redução drástica de efetivos e do sucateamento das unidades, principalmente as que estão sendo vendidas. O resultado desse desmonte é o risco diário de acidentes, sobrecarga de trabalho, assédio moral e descumprimento rotineiro do Acordo Coletivo de Trabalho.

Mais uma morte por Covid abala a categoria

A morte do operador da Rlam, Carlo Alberto, no domingo, 07, por complicações geradas pela Covid-19, abalou a categoria não só na Bahia, como em todo o país. Os trabalhadores do Sistema Petrobrás estão sofrendo diariamente com a negligência da direção da empresa no combate à pandemia. Assim como o governo Bolsonaro, a gestão Castello Branco vem negando recomendações, normas e protocolos de segurança dos órgãos de saúde e de fiscalização, como o Ministério Público do Trabalho, a Fiocruz e a Agência Nacional de Petróleo.

Na Rlam, por exemplo, foram denunciados surtos de Covid com mais de 70 trabalhadores contaminados nas últimas semanas. Ainda assim, a gerência da refinaria insistiu em manter as paradas de manutenção que colocariam em risco mais de 2 mil trabalhadores aglomerados na unidade. Só após o início da greve é que a a gestão da Petrobrás resolveu suspender o início das paradas.

Em um ano de pandemia, mais de 5.200 trabalhadores da Petrobrás já se contaminaram. Isso equivale a mais de 11% do efetivo próprio da companhia. Ou seja, o dobro da média nacional. A cada semana, são mais de 420 trabalhadores infectados pela Covid-19 e uma média de 20 hospitalizados. Esses números, apesar de altos, são subnotificados, pois a Petrobrás insiste em não divulgar os dados dos trabalhadores terceirizados. Em meio às privatizações, a categoria petroleira ainda é obrigada a conviver com o pavor de ser contaminada pelos surtos semanais que estão ocorrendo nas plataformas, refinarias e terminais. Informações obtidas pela FUP revelam que mais de 60 trabalhadores próprios e terceirizados já perderam a vida em consequência da Covid.

É possível baixar os preços dos combustíveis

A campanha que a FUP e seus sindicatos vêm realizando de venda subsidiada combustíveis tem como objetivo mostrar à população que os preços de gasolina, óleo diesel e gás de cozinha podem ser menores, se a Petrobrás mudar sua política de reajustes, baseada no Preço de Paridade de Importação (PPI). Além disso, chama atenção para o prejuízo ao consumidor com a venda de ativos da empresa, em especial de oito de suas refinarias – uma “privatização aos pedaços” da companhia.

A criação de um calendário permanente para as ações proposta por FUP e Sindipetros se justifica. Afinal, na última semana o barril do petróleo Brent, que referencia o mercado internacional, atingiu quase US$ 70 e acumulou alta de 5,2% na semana. O dólar comercial se valorizou 1,39% no mesmo período, fechando a R$ 5,684. Como a Petrobras usa o PPI para reajustar seus preços, sem considerar os custos nacionais de produção dos derivados, a expectativa é que ocorram novos aumentos de gasolina, óleo diesel e gás de cozinha nesta semana, já que o petróleo e o dólar estão em alta.

Ações desta segunda

SÃO PAULO Ação promovida pelo Sindipetro Unificado-SP nesta segunda-feira (8/3), às 13 h, no Auto Posto Cidade (Rua Frederico Alvarenga, 65 – Centro), com oferta de gasolina a preço justo para motoristas mulheres de aplicativo.

RIO GRANDE DO NORTE Ações promovidas pelo Sindipetro Rio Grande do Norte entre os dias 8 e 12 de março, iniciando na cidade de Mossoró, com previsão de alcançar os principais municípios do estado. Serão 2 mil litros de combustível em Mossoró, para motoristas de transportes autônomos.

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[Da imprensa da FUP]