O Sindipetro-ES começou nesta sexta-feira (05) uma greve no Espírito Santo. A paralisação é contra os constantes descumprimentos da atual gestão da Petrobrás em relação aos protocolos de combate à Covid-19, bem como o desrespeito ao Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
A nossa ação foi iniciada na Base 61, em São Mateus, que é uma unidade que segue em risco de ser fechada, sem haver qualquer informação sobre sua continuidade ou não. Tudo isso que estamos passando é parte de um único projeto: a desintegração do Sistema Petrobrás e o redirecionamento da empresa para atender exclusivamente aos interesses do mercado e dos acionistas privados.
Estamos, portanto, diante de um momento decisivo para o futuro da categoria petroleira. A luta se faz necessária e urgente.
Nossa greve é legítima! E em defesa dos nossos direitos!
A greve que começa nesta sexta-feira, dia 05 de março, tem por foco a defesa da vida, dos empregos e dos direitos da categoria. Não podemos admitir que milhares de trabalhadores tenham suas vidas viradas de ponta-cabeça, sem que a direção da Petrobrás aceite sequer negociar alternativas propostas pela categoria.
E tudo isso em meio à pandemia da Covid-19, que avança sobre os petroleiros, com trabalhadores sendo contaminados semanalmente devido à incompetência e a negligência da gestão Castello Branco. Muitos gerentes ainda insistem em desrespeitar normas de segurança e protocolos estabelecidos por órgãos de saúde. É a política da negação, a mesma tática criminosa do governo Bolsonaro.
E como se não bastasse, os petroleiros ainda são submetidos diariamente ao risco de um grande acidente industrial nas unidades operacionais, que tiveram os efetivos drasticamente reduzidos por esses mesmos gestores. A direção da Petrobrás abriu um número recorde de planos de demissão, sem reposição de vagas, expondo os trabalhadores a acúmulo de função e a dobras rotineiras. E se a situação já era desesperadora, ficou ainda pior com a reestruturação das tabelas de turno, feita goela abaixo da categoria, transformando as refinarias e terminais em bombas relógio.
Soma-se a isso o ataque sistemático a benefícios históricos que os petroleiros conquistaram a duras penas, como a AMS e a Petros, causando sofrimento e angústia nos nossos aposentados, com descontos indevidos e absurdos da AMS nos contracheques, o que provoca desequilíbrio financeiro nas famílias daqueles que tanto contribuíram para a empresa e para o Brasil.
A atual Gestão da Petrobrás está descumprindo protocolos de COVID-19, colocando em risco a saúde dos trabalhadores: não estão fazendo retestagem, há a realização de cursos presenciais, além da falta de diagnóstico apropriado e a presença de serviços não essenciais sendo prestados nas unidades.
Essa gestão ainda vem desrespeitando o ACT, descontando de forma indevida o Banco de Horas e não quer negociar no GT com os Sindicatos: temos um GT em andamento e o RH ignorou, os trabalhadores foram IMPEDIDOS de fazer a compensação de horas e tiveram desconto de forma unilateral, sendo que alguns colegas tiveram contracheque zerado
Diante de tudo isso, não nos restou outra alternativa a não ser a greve, aprovada em assembleia pela categoria. Lutamos contra todos esses ataques e em defesa dos direitos dos trabalhadores.
[Da imprensa do Sindipetro-ES e da FUP]