Por telefone, dois dos petroleiros que foram punidos arbitrariamente pela Petrobrás na Bacia de Campos relataram …
Imprensa da FUP
Por telefone, dois dos petroleiros que foram punidos arbitrariamente pela Petrobrás na Bacia de Campos relataram à FUP as pressões, assédios e ameaças que sofreram das gerências na greve de março. Eles falaram sobre o que mudou em suas vidas e o que está em xeque nesta disputa ideológica em que a empresa transformou a campanha reivindicatória. A FUP preservou a identidade dos trabalhadores para protegê-los. Ambos estão menos de cinco anos na Petrobrás, têm entre 22 e 25 anos de idade, moram fora de Macaé, continuam na luta pelo coletivo e confiam na solidariedade de classe da categoria petroleira. Leia a íntegra dos depoimentos no blog Juventude Petroleira
"Jamais deixamos de acreditar no coletivo"
"Vivemos um verdadeiro inferno a bordo da plataforma, momentos antes de ser deflagrada a greve de março. Sofremos todos os tipos de pressão, assédio e ameaças por parte das gerências. Uma tortura psicológica, um desrespeito tão absurdo, que nunca na vida pensei que fosse passar por isso. Mesmo assim, resistimos e mantivemos a calma e o equilíbrio o tempo todo (…) Fiquei sabendo que estão falando que a gente até cuspiu na cara do gerente, quebramos equipamentos, deitamos na sala de controle, ameaçamos e assediamos os gerentes (…) Imagina isso! Nós é que fomos submetidos a um verdadeiro inferno, fomos acusados, julgados e punidos sem motivo algum e sem qualquer direito de defesa (…) Nos usaram para coagir e subjugar a categoria. É muito clara a estratégia da Petrobrás: ataca as lideranças do movimento, espalha o clima de terror e perseguição entre os trabalhadores para impedir novas greves e mobilizações (…) Continuo acreditando na luta, na solidariedade de classe e tenho certeza de que não seremos abandonados pelos trabalhadores".
"Desestruturaram nossas vidas e famílias"
"O que mais me impressiona nisso tudo é a falta de pudor dos gerentes em manipular as nossas vidas. Além da humilhação, desrespeito e injustiça que sofremos, nossas vidas viraram de ponta cabeça (…) Desestruturaram nossas vidas e famílias e ainda têm a cara de pau de inventarem absurdos a nosso respeito, tentando induzir a categoria a nos julgar por algo que não cometemos (…) Sabe por que? Porque acatamos o indicativo do sindicato. Esse é o jogo, essa é a estratégia da Petrobrás (…) Tenho esperança de que na luta, nacionalmente unidos, conseguiremos reverter essas punições. Não por mim ou por meus companheiros, mas em honra de toda a categoria".