Sindipetro-NF
Entidades organizadoras da manifestação realizada na manhã de hoje, em frente ao Hotel Royal Tulip, em São Conrado, no Rio, onde se realiza a 11ª Rodada de Leilões do Petróleo, avaliam que o ato foi o maior entre os promovidos para denunciar a venda dos blocos de exploração.
O Sindipetro-NF, que enviou ônibus e grande parte da sua diretoria para o protesto, está entre os sindicatos participantes. Cerca de 400 militantes, entre petroleiros da ativa e aposentados, estudantes, sem-terra e outros profissionais ligados a diversos movimentos sociais e partidos políticos estiveram na manifestação.
Em entrevista à Rádio NF, o coordenador da Federação Única dos Petroleiros (Fup), João Antonio de Moraes, afirmou que o protesto de hoje coroa uma série de mobilizações e foi o “maior de todas as rodadas de leilões”.
Ouro, ferro e petróleo
Moraes comparou a venda de blocos de petróleo à entrega feita pelo Brasil de riquezas como o ouro e o ferro. Ele condenou a exportação do petróleo bruto, e defendeu o desenvolvimento de toda a cadeia produtiva do petróleo, o que, avalia, geraria mais emprego e renda no Brasil — por exemplo, na produção de plástico.
“Estas empresas privadas praticam piores condições para os trabalhadores, exportam o petróleo sem desenvolver a nossa cadeia produtiva e não valorizam a indústria nacional”, disse Moraes.
Ontem, foram realizadas ocupações no Ministério das Minas e Energia, em Brasília, e na sede da Agência Nacional do Petróleo (ANP), no Rio. Também foram feitas visitas ao Congresso Nacional e divulgada uma carta aberta à presidente Dilma Rousseff. Atos públicos também foram realizados em outras capitais, como São Paulo, Natal e Belo Horizonte.
De acordo com os sindicalistas, outras manifestações e ações dos sindicatos vão continuar a ser realizadas. No campo jurídico, uma ação contra a realização de leilões está sendo movida pela FUP e pelo Sindipetro-PR. A ANP e o Ministério das Minas e Energia anunciaram que estão previstos mais dois leilões ainda neste ano, um para a área do gás e outro para áreas do pré-sal.
De acordo com a FUP, somadas as reservas envolvidas, chegaria-se a aproximadamente 35 bilhões de barris, volume duas vezes superior às reservas de toda a história de produção da Petrobrás e equivalente a um patrimônio de três trilhões de dólares — superior ao Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2012.
“Toda esta riqueza deveria estar a serviço da educação, da saúde e do desenvolvimento social do povo brasileiro”, protestou Moraes.