Petroleiros irão parar dia 10

 

Em sintonia com as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, os petroleiros irão parar no dia 10 de maio contra o retrocesso e a redução de direitos e conquistas sociais que virão no rastro do golpe em curso no país. Escamoteado em um processo de impeachment ilegal, o golpe atingirá em cheio a classe trabalhadora e os menos favorecidos, caso seja aprovado pelo Senado. 

Além de grave ameaça à democracia, coloca em risco a soberania nacional e conquistas garantidas a duras penas nas últimas décadas. A Petrobrás e o Pré-Sal encabeçam as propostas dos golpistas de privatização e de redução de direitos.
O Conselho Deliberativo da FUP, reunido quarta-feira, 04, no Rio de Janeiro, reforçou a orientação, já discutida nas assembleias setoriais, de que os petroleiros somem-se às demais categorias nas mobilizações do dia 10 de maio, em defesa da democracia, da soberania, dos direitos conquistados e contra o desmonte da Petrobrás.

Em defesa da soberania nacional
A privatização do Estado brasileiro é uma das maiores ameaças que pairam sobre o povo brasileiro, caso o golpe se concretize. O Pré-Sal, que já está sob risco com os projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional, é o principal alvo dos empresários que apoiam a derrubada da presidente Dilma. Em um governo golpista, o Regime de Partilha dificilmente será mantido. Corremos sério risco do Brasil se transformar em um mero exportador de petróleo, sem gerar riqueza, nem benefícios sociais para o país.

Contra o desmonte da Petrobrás
O plano de desinvestimento em curso na Petrobrás será consolidado e ampliado em um governo golpista, formado por setores que sempre defenderam a privatização da empresa. Corremos o risco do mercado se apropriar dos principais ativos da Petrobrás, que pode perder todas as conquistas das últimas décadas, se abrir mão de sua função social como empresa pública e integrada de energia para transformar-se em uma operadora de papel, com a maioria das atividades terceirizadas, como acontece hoje com a Shell e outras multinacionais privadas.

Pela manutenção dos direitos conquistados
A Ponte para o Futuro, que Michel Temer pretende adotar como plano de governo, caso derrube a presidente Dilma, significará, entre outras atrocidades, a redução da CLT, a liberação da terceirização para atividades fim e a privatização do que restou do Estado brasileiro. Na Petrobrás, não será diferente. Se o golpe se concretizar, os gestores farão de tudo para implementar o que não conseguiram na última campanha reivindicatória, quando a greve da categoria impediu os gestores de retirar do Acordo Coletivo mais de 80 cláusulas. Conquistas, como o avanço de nível automático, a jornada 14 x 21, a hora extra a 100%, a HE da troca de turno, os auxílios educacionais, o benefício farmácia e várias outras garantias da AMS não serão poupadas pelos golpistas.

Reagir ao golpe e defender a democracia
Enquanto o mundo inteiro acusa o golpe de Estado no Brasil, nossos parlamentares contam com a mídia local para violar a democracia. Se utilizam do falso argumento das pedaladas fiscais para afastar a presidente da República, sem que as contas do governo tenham sequer sido analisadas pelo TCU. Além do mais, outros 16 governadores utilizaram o mesmo procedimento contábil, inclusive o ex-governador de Minas Gerais, Antônio Anastasia, relator da comissão que analisa o pedido de impeachment no Senado.
O golpe é notório e só o povo organizado nas ruas e nos locais de trabalho pode defender a nossa frágil democracia. A paralisação nacional do dia 10 de maio é mais uma etapa dessa luta e os petroleiros não podem se omitir diante dos graves riscos que o país corre. Qualquer que seja o resultado do impeachment, continuaremos mobilizados para impedir o retrocesso e resistir aos ataques de um governo que não terá legitimidade, nem o reconhecimento da classe trabalhadora e dos movimentos sociais.