O final de semana foi de luta para os petroleiros, na maioria das unidades operacionais do Sistema Petrobrás…
Imprensa da FUP
O final de semana foi de luta para os petroleiros, na maioria das unidades operacionais do Sistema Petrobrás. Os trabalhadores, seguindo o indicativo da FUP e de seus sindicatos, realizaram atrasos nos turnos, mobilizações surpresa, operações padrões e cortes na emissão de Permissões de Trabalho (PTs). As mobilizações prosseguiram na segunda e nesta terça-feira em algumas regiões, como as plataformas da Bacia de Campos, a Regap (MG), o campo de produção de Santiago (BA) e o Terminal de Barueri (SP). Na sexta-feira, 13, a luta continua, com atos e atrasos pelo país afora, pela valorização da vida, contra os acidentes e em defesa da AMS.
Os petroleiros lutam por um acordo coletivo que garanta avanços em reivindicações fundamentais, como o restabelecimento do extratuno (dobradinha), condições seguras de trabalho, melhorias na AMS, mudanças na política de terceirização, entre outras bandeiras de luta da categoria. Outro ponto condicionante nessa campanha reivindicatória é o cancelamento das punições arbitrariamente aplicadas pela Petrobrás contra os trabalhadores que realizaram a greve de março deste ano. A categoria aprovou em assembléias que com punição, não tem assinatura de acordo.
Mobilizações pelo extratuno
Seguindo o calendário de luta indicado pela FUP, os petroleiros realizaram no sábado, 07, paralisações nos turnos, pelo pagamento das horas extras trabalhadas nos feriados (extraturno/dobradinha). As mobilizações foram em função do feriado do Dia de Finados (02 de novembro). Os petroleiros atrasaram a entrada do expediente nos turnos da Reman (AM), Rlam (BA), Replan (SP), Recap (SP), Repar (PR), Reduc (Caxias), SIX (PR), Terminal de Suape (PE), Transpetro Bahia, Terminal de Paranaguá (PR), Terminal de São Francisco do Sul (SC), Terminal de Campos Elíseos (Caxias), Pólo de Produção de Guararema (RN), plataformas marítimas do Rio Grande do Norte, entre outras bases da Federação.
Na Regap (MG), houve cortes na rendição dos turnos das 23h30 de sábado (07) e das 15h30 de domingo (08). Os trabalhadores da Usina de Biodiesel de Montes Claros (também em Minas Gerais) somaram-se à paralisação, cortando a rendição do turno das 15h30 de domingo (08). Nesta terça-feira, 10, as mobilizações prosseguiram na Regap, com o corte na rendição do Grupo 1 (15h30).
Na Bacia de Campos, os trabalhadores das plataformas realizaram novas mobilizações surpresa, deixando as gerências atordoadas. No domingo (08), petroleiros de 30 plataformas da região aprovaram o indicativo do Sindipetro e realizaram uma série de operações padrões. Na segunda-feira (09), um novo indicativo do sindicato pegou de surpresa as gerências e reforçou as mobilizações em 38 plataformas, onde os trabalhadores suspenderam a emissão de PTs, assim como os serviços rotineiros.
Na Bahia, as mobilizações prosseguiram segunda-feira (09), no E&P, no Campo de Santiago. No Sindipetro Unificado do Estado de São Paulo, os trabalhadores estão aprovando em assembléias a realização de operações padrões. Os petroleiros do Terminal de Barueri já iniciaram o movimento nesta terça-feira, 10.
Estado de greve
Paralelamente às mobilizações, os trabalhadores do Sistema Petrobrás estão aprovando estado de greve e assembléias permanentes. Os indicativos da FUP já foram aprovados nas bases dos sindicatos Pernambuco/Paraíba, Unificado-SP, Ceará, Amazonas, Espírito Santo e Duque de Caxias. Na Bacia de Campos, as plataformas também já aprovaram o estado de greve.
Sexta-feira, 13: dia nacional de luta contra os acidentes
As mobilizações pela campanha reivindicatória prosseguem na sexta-feira, 13, com atos em todas as unidades do Sistema Petrobrás, contra os acidentes e em defesa da vida e da AMS. Nos últimos dez anos, 195 petroleiros perderam a vida em acidentes de trabalho na empresa, sendo que 163 deles eram trabalhadores terceirizados. Apesar da pauta da categoria ter uma série de cláusulas que alteram esta realidade, a Petrobrás nega-se a atendê-las. Nesses dois meses de negociação com a FUP, não houve nenhum avanço significativo em relação às reivindicações de saúde, segurança, efetivos, igualdade de condições de trabalho para os terceirizados, entre outras questões sociais.
Nesta sexta-feira, 13, os petroleiros intensificarão a luta por mudanças estruturais nas políticas de SMS e de terceirização da Petrobrás, dois dos principais eixos da campanha reivindicatória. A categoria exige um basta aos acidentes e à política macabra do SMS, que tem ceifado a vida de dezenas de trabalhadores.