O anúncio do gerente da UO-Sul (Unidade Operacional Sul), feito em meados de abril, de que metade do efetivo seria enviado imediatamente para a UO-BS (Bacia de Santos), no litoral paulista, e de que em pouco tempo todos seriam transferidos, pois a unidade seria desativada, causou revolta não apenas nos trabalhadores, mas também na sociedade civil.
Começava ali mais uma batalha em defesa da exploração e produção de petróleo na região Sul, a exemplo do que aconteceu em 2002. O Sindipetro Paraná e Santa Catarina e os petroleiros do local lançaram a campanha “SOS UO-Sul” com o objetivo de fazer a Petrobras reverter sua decisão. A extinção da unidade da estatal em Itajaí faz parte do plano de desinvestimento para o biênio 2015 e 2016, cujo valor total é de US$ 13,7 bilhões, divididos entre as áreas de Exploração e Produção no Brasil e no exterior (30%), Abastecimento (30%) e Gás e Energia (40%).
Argumentos que desmontam a posição da empresa não faltam. A UO-Sul é a quinta unidade do país em volume de produção e a mais eficiente na relação custo-benefício da Petrobrás. Apenas em 2014 a unidade acumulou receita de R$ 5,93 bilhões. Além disso, é indutora do desenvolvimento econômico e social na região, gera 142 empregos especializados diretos e possui parcerias com universidades locais.
No dia 04 de maio, os petroleiros da UO-Sul resolveram decretar greve contra as transferências e em defesa da permanência da Petrobrás em Itajaí. Logo na sequência, o gestor local mostrou as garras e assediou moralmente, com bastante truculência, os trabalhadores para que aceitassem a decisão equivocada da empresa. A Companhia ignorou o impacto que a medida gera nas pessoas envolvidas. São dezenas de trabalhadores e seus familiares que souberam do dia para a noite de uma mudança brusca no rumo de suas vidas.
A campanha SOS UO-Sul já fez uma série de articulações com políticos da região. Aconteceram audiências na Assembleia Legislativa de Santa Catarina e na Câmara de Vereadores de Itajaí. Também ocorreu reunião dos petroleiros da unidade com o prefeito de Itajaí. O apoio político está consolidado e os próximos passos estão traçados. Uma comitiva de representantes políticos de Santa Catarina deve se reunir em breve com o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine. A FUP e o Sindipetro PR e SC também vão se encontrar com a gerente de Exploração e Produção da Petrobrás, Solange Guedes, prevista para o dia 25 de maio.
A defesa da UO-Sul é bastante clara: a única forma de a Petrobras continuar plenamente em Santa Catarina é através da manutenção da Unidade Operacional, autônoma e com seu corpo técnico preservado. Qualquer reestruturação significará o desmonte da exploração e produção Petrobras na região Sul, acarretando não apenas impactos econômicos negativos à região Sul, mas também uma evasão de conhecimento técnico especializado.
Fonte: Sindipetro PR/SC