Sindipetro RS
Na próxima sexta-feira, 09 de novembro, a direção do Sindipetro-RS estará em frente à Refap, a partir das 7h45min, para discutir questões de segurança, saúde, Acordo Coletivo da Parada de Manutenção e a ameaça de extinção do convênio Petrobrás/INSS. As discussões farão parte do Ato Nacional por um basta às mortes na Petrobrás, que só neste ano perdeu 12 trabalhadores pelo falho sistema de segurança da Empresa.
Enquanto os gestores da Petrobrás fazem de conta que está tudo bem com o SMS, mais um trabalhador paga com a vida a incapacidade da empresa em alterar a cruel rotina de acidentes e doenças que matam, mutilam e incapacitam dezenas de petroleiros a cada ano.
O último acidente fatal que fez mais uma vítima neste cenário de horror foi com o caldeireiro Sérgio Henrique de Faria Bandeira, da empresa Manserv, que presta serviços para a Petrobrás. Ele morreu na madrugada do dia 30, após ter se acidentado gravemente na Revap, onde executava um trabalho de manutenção.
A morte de mais um petroleiro aconteceu no mesmo dia em que a FUP se retirou do GT paritário de SMS, em protesto contra a inércia da Petrobrás diante da caótica situação de insegurança que vivem os trabalhadores.
Em um intervalo de apenas 12 dias, três trabalhadores morreram em consequência da insegurança crônica que impera na empresa. São pelo menos 12 mortes só este ano e 16 desde que o GT de SMS foi criado, em setembro de 2011.
Na última reunião do Grupo de Trabalho Paritário de SMS, realizada no dia 29, os gerentes executivos da empresa mais uma vez agiram como se estive tudo na mais perfeita ordem, levando a FUP a se retirar da mesa de negociação. Após 14 reuniões do GT, nada de significativo mudou na gestão de segurança da Petrobrás. A FUP exigiu um posicionamento claro da empresa sobre o SMS. Em resposta, o diretor Corporativo e de Serviços, José Eduardo Dutra, enviou documento à Federação, agendando uma reunião específica no dia 09 para discutir esta questão.
A Federação, portanto, convoca a categoria a participar das mobilizações que serão realizadas nesse dia. O Grupo Paritário foi criado em setembro do ano passado, como deliberação da presidência da empresa em resposta à cobrança da FUP durante o Fórum de SMS. O objetivo era discutir e construir propostas para um novo modelo de SMS, com participação dos trabalhadores. No entanto, ao longo deste período os gestores da Petrobrás negaram e desqualificaram todas as propostas apresentadas pela FUP, como, por exemplo, criar mecanismos para acabar de uma vez por todas com as subnotificações de acidentes e doenças ocupacionais e também com o PRAT; fortalecer as CIPAs; alterar a metodologia de avaliação dos riscos químicos e físicos; ampliar a participação dos representantes dos trabalhadores para todas as comissões de apuração de acidentes; buscar soluções conjuntas para a caótica situação dos vôos na Bacia de Campos; garantir o devido cumprimento do Acordo Nacional de Benzeno e maior participação dos trabalhadores nos GTs de Benzeno; garantir o preenchimento correto do ASO, entre outras proposições.
Está claro que não há vontade política da Petrobrás em resolver estas questões e de fato construir um novo modelo de SMS que aponte mudanças estruturais na atual concepção gerencial da empresa. Para a FUP, esse é um debate estratégico, que tem por eixo a defesa incondicional da vida. Já os gestores da Petrobrás, pelo visto, compartilham do mesmo pensamento que rege a maior parte do corpo gerencial da empresa, de que a morte faz parte do negócio.