Petroleiros franceses visitam Sindipetro e falam dos prejuízos da privatização

A diretoria do Sindipetro Bahia recebeu na manhã desta quarta-feira, 23/08, a visita de três trabalhadores franceses, dos ramos de petróleo e químico,  Eric Sellini (funcionário da petrolífera Total), Emmanuel Lepine e Olivier Grevet. Eles estão em Salvador participando de um congresso da CTB (Central dos Trabalhadores do Brasil) e são membros da  CGT (Central Geral dos Trabalhadores).

Os dirigentes sindicais falaram sobre a “relação conflituosa” entre patrões e empregados, da bandeira de luta pela retomada da nacionalização do petróleo na França e sobre as consequências da privatização para o país e o povo francês.

Emmanuel Lepine informou que todas as empresas de petróleo na França são privadas, “em cada local de produção e refinaria tem vários sindicatos, não é como no Brasil, que tem um sindicato estadual, que representa a todos os petroleiros”.

Eles afirmaram  ter grande interesse  em conhecer a realidade dos petroleiros do Brasil, principalmente pelo fato da Petrobrás ser estatal, diferente da França, onde a Elf, foi adquirida pela Total. 

Privatização gerou desabastecimento na França

Sobre o processo de privatização da petrolífera, “aconteceu aos poucos, com as ações sendo oferecidas no mercado, e a empresa foi perdendo o seu papel público, de pensar na infraestrutura, na qualidade de vida nas cidades onde estava instalada. Até que foi totalmente privatizada e passou a focar só no lucro”.

Mas a boa notícia é que está havendo reação da sociedade francesa, inclusive sobre a necessidade de  renacionalização do petróleo, “ as pessoas têm visto como os serviços foram precarizados após as privatizações, a exemplo da água e esgoto, da saúde, que atingem diretamente a população. O petróleo também tem ganhado força nesse debate com a sociedade francesa”.

Lepine e Sellini explicaram que um dos graves problemas no país, após a privatização da Elf, foi a redução da distribuição do petróleo (gasolina). “Antes havia pequenas distribuidoras que garantiam que a gasolina chegasse, inclusive, às regiões mais afastadas. Hoje, para ter acesso, você precisa rodar muito. Então, a privatização incentivou o monopólio, o desabastecimento e a redução da distribuição do combustível”.

Fonte: Sindipetro-BA