O Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro-SP) promoverá mobilizações na Replan, nesta semana, pela recomposição do efetivo da ETA (Estação de Tratamento de Água). Durante dois dias, trabalhadores da refinaria iniciarão o expediente com, pelo menos, uma hora de atraso.
Há cerca de dois anos foi realizada uma campanha reivindicando a contratação de trabalhadores para a área de Utilidades, que envolve o setor de Geração Elétrica e Vapor e a ETA. A unidade de Elétrica e Vapor teve o efetivo ampliado, mas para a estação de tratamento foi estabelecida apenas uma vaga de apoio à operação para o horário administrativo. O número continuou insuficiente e a situação complicada.
“Estamos conversando com o pessoal para conhecer melhor a realidade do setor e definir o número necessário de trabalhadores para garantir o bom funcionamento da unidade”, afirmou o diretor do Sindicato Arthur Bob Ragusa.
Os atrasos na entrada do expediente, que serão realizados na próxima semana, deverão contar com o apoio de trabalhadores de outros setores da refinaria. O sindicato pretende estabelecer uma linha de ação junto aos operadores da ETA, com o objetivo de ampliar o efetivo, e apresentar uma proposta para a empresa.
A ETA é estratégica para a manutenção da segurança operacional da Replan. Além de abastecer com água potável toda a refinaria, a estação também é responsável pelo fornecimento de água para a geração de vapor, refrigeração dos equipamentos e o combate a incêndio.
“O fato de haver somente um operador no painel cuidando de todas essas variáveis gera sobrecarga de trabalho, aumentando a possibilidade de acidentes e colocando em risco a segurança de todos os trabalhadores e também da comunidade local”, declarou o coordenador da Regional Campinas do Unificado, Gustavo Marsaioli.
Ato nacional
As paradas na entrada da Replan começaram no dia 22 de agosto e se repetiram na terça-feira passada, dia 2. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) convocou seus sindicatos para um ato nacional contra a falta de segurança no sistema Petrobrás. O protesto ocorreu, principalmente, devido à morte do engenheiro Antonio Rafael, 26 anos, vítima de uma explosão na Refinaria de Manaus (Reman), no dia 16.
Além de abordar o problema de segurança no trabalho e a morte do engenheiro, a direção do Unificado apresentou ainda aos trabalhadores a proposta do acordo coletivo. Neste ano, a pauta contempla apenas cláusulas econômicas. Além da reposição da inflação, a categoria reivindica 5,5% de ganho real. A Petrobrás já anunciou que concorda em pagar a reposição da inflação na folha de setembro.
Fonte: Sindipetro Unificado de SP