Além de continuar ignorando a pauta dos trabalhadores, os gestores da Petrobrás decidiram desafiar a categoria, anunciando um novo modelo de negociação, que tem o objetivo claro de enfraquecer a organização sindical. Esse ataque acontece em meio ao enfrentamento dos petroleiros ao Plano de Gestão e Negócios, cujo propósito é o desmonte do Sistema Petrobrás. A direção da empresa quer fazer o mesmo na campanha reivindicatória, segregando a negociação por subsidiárias e colocando na condução do processo uma comissão com três representantes das áreas de negócios.
A prioridade dos petroleiros é a Pauta pelo Brasil, que foi apresentada à Petrobrás no dia 07 de julho, onde a categoria exige a manutenção da estatal como empresa integrada de energia. É, portanto, provocação dos gestores quererem desmantelar o processo de negociação, como já estão fazendo com a Petrobrás, para tentar enfraquecer os trabalhadores.
A resposta é greve! Os petroleiros estão prontos para o embate, só aguardando o comando da FUP. A categoria não permitirá o desmonte do Sistema Petrobrás, nem qualquer tentativa de diferenciação entre os seus trabalhadores.
Greve a partir do dia 07
Nesta sexta-feira, 04, a FUP protocolou na Petrobrás e na Transpetro aviso de greve por tempo indeterminado a partir da zero hora de segunda (07). A Federação solicitou também a negociação de efetivos mínimos e de cotas de produção para assegurar as necessidades essenciais da população, como determina a Lei de Greve.
Os trabalhadores do Sistema Petrobrás estão em estado de greve desde o dia 17 de julho, quando foram concluídas as assembleias que aprovaram o indicativo da FUP.
O que querem os trabalhadores
Os petroleiros lutam pela revisão do Plano de Gestão e Negócio da Petrobrás, cobrando a suspensão imediata da venda de ativos e dos desinvestimentos anunciados pela empresa. As principais reivindicações estão expostas no documento Pauta pelo Brasil, aprovado pelos trabalhadores durante a 5ª Plenária Nacional da FUP, realizada entre 01 e 05 de julho, em Guararema (SP), e protocolada na Petrobrás no dia 07 de julho.
No dia 15 de julho, a FUP e seus sindicatos se reuniram com a Petrobrás para defender e explicar cada uma das reivindicações. Desde então, a empresa manteve-se calada em relação à pauta da categoria. No dia 26, a Federação protocolou documento responsabilizando os gestores pelo impasse nas negociações do Acordo Coletivo. Principais itens da Pauta pelo Brasil:
- Uma política de segurança que garanta o direito à vida e rompa com o atual modelo de gestão que já matou 16 trabalhadores só este ano
- Fortalecimento da Petrobrás como empresa integrada de energia, através da manutenção da BR Distribuidora e da incorporação da Transpetro
- Garantia de que as riquezas do pré-sal sejam exploradas pela Petrobrás, em benefício do povo brasileiro
- Suspensão da venda de ativos e conclusão das obras do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), da Refinaria Abreu e Lima (PE) e da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Mato Grosso do Sul (Fafen-MS)
- Preservação da política de conteúdo nacional, com construção de navios e plataformas no Brasil
Fonte: FUP