Petroleiros estão há 4 dias sem comida dentro da sede da Petrobrás

 

Momentos de tensão preencheram a manhã e tarde desta segunda-feira (03) na porta do EDISE (edifício da Petrobrás no Centro do Rio). A diretoria da Petrobrás chamou reforços policiais que chegaram em quase uma dúzia de carros para tentar intimidar a manifestação em apoio aos trabalhadores que se encontram desde a última sexta-feira (31) dentro da empresa tentando negociar o descumprimento do acordo coletivo por parte da Petrobrás.

A situação é difícil, cerca de mil empregados estão no corte de funcionários promovido na FAFEN no Paraná. Este ocorrido foi a gota d’água para a deflagração de uma greve no sábado (01). Foi formada uma comissão de negociação permanente da Federação Única dos Petroleiros que se dirigiu ao EDISE para entregar um ofício tentando reverter o ocorrido, mas a empresa se nega a negociar.

A única saída encontrada pelos representantes foi se instalar no quarto andar do edifício e esperar que a empresa negocie. Desde então, a Petrobrás tem imposto uma rotina de confrontos. Primeiro cortaram ventilação, água e energia elétrica no andar. A empresa só voltou atrás com a decisão no sábado (01/02), onde a Justiça do Trabalho do Rio de janeiro negou liminar à Petrobrás, que pretendia expulsar a Comissão do prédio. Logo em seguida determinou o restabelecimento da luz e água sob pena de multa de R$ 100 mil por hora de descumprimento.

Apesar disso, os trabalhadores continuam sem ventilação, apesar do calor escaldante que faz no Centro do Rio de Janeiro.

Nesta segunda-feira a demanda dos grevistas na porta do prédio era a mais básica de todas: garantir a chegada de alimentos à Comissão, que se encontra desde sexta-feira sem comer.

A empresa negou a entrada de uma cesta básica, mesmo com a disponibilização de que fosse vistoriada pela Polícia Militar para garantir que continha somente alimentos. Parlamentares que têm prerrogativa de acesso em qualquer prédio público, também tiveram seu acesso negado. A Deputada Jandira Feghali, que é médica, pretendia checar a integridade física dos membros da Comissão, ainda assim, também foi impedida no que segundo ela é a primeira vez que ocorre em toda sua vida pública como parlamentar.

A CUT Rio esteve presente durante todo o dia com os trabalhadores do lado de fora do prédio, se manifestando de maneira pacífica e na figura do seu presidente, Sandro Cezar, tentando criar canais de negociação.

Diversos dirigentes CUT Rio estiveram no local prestando sua solidariedade e empenho na luta, que não terminará hoje e precisará de todo apoio possível para ser vitoriosa. O que está em jogo é o desmonte de uma das principais empresas nacionais, com tecnologia de ponta e capacidade ímpar para o desenvolvimento da indústria nacional.


Leia também:

Petrobrás impede entrega de água e mantimentos para Comissão de Negociação da FUP que está no Edise

“É um sinal de resistência, próprio do jogo democrático”, afirma juíza ao negar liminar da Petrobrás contra ocupação do Edise

[Via CUT Rio de Janeiro]