Petroleiros aprovam greve contra entrega dos campos maduros

Os sindicatos das bases da FUP onde a Petrobrás pretende vender os campos maduros de produção terrestre – Ceará, Rio Grande do Norte, Bahia e Espírito Santo – estão aprovando a realização de uma greve de cinco dias, em agosto. O indicativo é uma das deliberações da 6ª Plenária Nacional da FUP, realizada no início de junho.

A Bahia foi o primeiro estado a concluir as assembleias. A greve foi aprovada em todas as bases de produção terrestre, com 64% de aceitação dos trabalhadores. 

No Ceará e no Norte do Espírito Santo, as assembleias também foram concluídas, com a categoria aprovando massivamente o indicativo.

No Rio Grande do Norte, a consulta aos trabalhadores teve início dia 20, e prossegue até quarta, 27, quando será realizada uma assembleia geral na sede de Natal. Os trabalhadores estão aprovando a greve com uma aceitação superior a 70%. 

A ANP já autorizou a Petrobrás a paralisar por um ano pelo menos 16 plataformas e 14 campos maduros no Nordeste e no Espírito Santo. A empresa requisitou também a interrupção de outras nove unidades na região, onde já estão em processo de privatização 104 áreas de produção terrestre. No início de julho, a companhia havia anunciado que nove campos marítimos do Ceará e Sergipe também serão colocados à venda.

Os campos maduros são, portanto, a bola da vez dos entreguistas, que aceleram a passos largos o desmonte da Petrobrás. Por isso, uma das principais deliberações da 6ª Plenária Nacional da FUP foi a realização em agosto de uma greve por tempo determinado, encabeçada pelos sindicatos do Nordeste, região que já sofre os graves impactos dos desinvestimentos da estatal.

O desmonte dos ativos da empresa no Nordeste impactará vários municípios do interior da Bahia, Rio Grande do Norte, Ceará, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, assim como o Norte Capixaba, cujas economias são movimentadas pelos investimentos da Petrobrás. Além dos problemas sociais e econômicos, a privatização dos ativos da empresa terá reflexos também nas condições de trabalho, precarizando ainda mais um setor que já sofre com a insegurança.

Com a paralisação das plataformas e outras unidades de produção, centenas de prestadores de serviço estão sendo demitidos, aumentando o caos social. Os petroleiros próprios que estão perdendo ou na iminência de perder os seus postos de trabalho são submetidos a transferências abruptas para outros estados, muitas vezes com direitos rebaixados e ameaças de demissão.

E isso é apenas o começo. A cena se repetirá em outras unidades do E&P, na Transpetro, no Gás e Energia, nas refinarias e em todo o Sistema Petrobrás, pois o objetivo dos entreguistas é quebrar a integração da empresa, vendendo-a em pedaços, a preço de banana.

Se não houver reação dos trabalhadores e da sociedade, a Petrobrás será esquartejada. E na luta contra o desmonte e a entrega do Pré-Sal, resistir à venda dos campos maduros é tarefa número um dos petroleiros nesse momento. 

Campos terrestres que a Petrobras quer conceder à iniciativa privada:

Ceará

Polo da Fazenda Belém (2 concessões)

Rio Grande do Norte

Polo Riacho da Forquilha (34)

Polo Macau (4)

Bahia

Polo Buracica (7)

Polo Miranga (9)

Espírito Santo

Polo São Mateus (14)

Polo Fazenda de São Jorge / Cancã / Fazenda Cedro (9)

Polo Lagoa Parda (3)

Polo Gás (4)

Sergipe

Polo Siririzinho / Riachuelo (12)