Petroleiros em greve mostram resistência e desprezo por pelegos e traidores

 

Resistência. Essa palavra define os cerca de 20 mil  petroleiros de 113 unidades do Sistema Petrobrás que  entram  nessa sexta-feira (14) no 14º dia de greve.

A maioria da categoria tem demonstrado dignidade, companheirismo e empatia desde o inicio do movimento paredista.

Mas, infelizmente, há aqueles – uma minoria – que não têm consciência de classe e agem como os antigos  “capitães do mato”.

Conhecidos como fura-greves e pelegos, alguns têm ultrapassado todo o limite razoável, se submetendo a situações vexatórias para agradar ao patrão.

Na área da UO-BA, em Taquipe, trabalhadores tentaram atravessar o Rio Pojuca de carro para acessar a unidade. Outro se embrenhou pelo mato em busca de uma entrada alternativa. Por quê não tentaram entrar pelo acesso principal ? Simplesmente porque não têm coragem de encarar os colegas que permanecem em frente à unidade. Além de pelegos, são medrosos.

Na Refinaria Landulpho Alves (RLAM), um pelego se escondeu na mala de um carro para tentar furar a greve. Outro se trancou no sanitário do ônibus. Quanta falta de dignidade! Que mau  exemplo estão dando para seus filhos e família.

Há também aqueles que se submetem a sair de casa de madrugada em carros pequenos ou ônibus, transitar por estradas alternativas, sem segurança, para entrar nas unidades sem precisar encarar o seu colega de trabalho que está em greve defendendo os direitos de toda categoria.

É inadmissível que ainda existam trabalhadores na Petrobras que não tenham percebido o que está acontecendo e insistam em furar uma greve legítima, legal e necessária, pois acontece em um momento em que a categoria petroleira está sendo desmantelada, perdendo seus direitos e vendo a Petrobras caminhando a passos largos para a privatização.

Hoje são os companheiros da FAFEN Paraná que estão sendo demitidos, amanhã pode ser você. Se permitirmos que a atual gestão da Petrobrás  descumpra o ACT sem que haja nenhuma reação da categoria, pode se preparar para assinar a sua rescisão de trabalho, pois as demissões em massa vão continuar.

A vida não é um vale tudo. O desprezo dos colegas é o legado dos pelegos na história da classe trabalhadora.

 [Sindipetro Bahia | Foto: Gibran Mendes/CUT-PR]