Petroleiros e trabalhadores nos Correios enfrentam desafios em campanhas salariais

 

Além de rejeitar a proposta de acordo feita pela Petrobras, as assembleias de petroleiros pelo país também reclamam do Programa de Remuneração Variável do Empregado (PRVE), relacionado ao desempenho individual do funcionário. Os representantes da categoria afirmam que, enquanto oferece 1% de reajuste salarial – a data-base é 1º de setembro –, a Petrobras está pagando R$ 1,041 bilhão para uma pequena parcela de trabalhadores, enquanto a maioria é excluída.

Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), sindicatos ligados à entidade entraram com ações na Justiça do Trabalho para barrar o que chamam de “farra do bônus”. Afirmam que o programa viola o acordo coletivo. E usa indicadores de segurança para premiar diretores e gerentes “com vultosos bônus”. Os sindicalistas argumentam que o programa de participação nos lucros ou resultados (PLR) tinha metas e regras claras, negociadas previamente.

Eles citam como exemplo a determinação de que na PLR a remuneração não pode ultrapassar 2,5 vezes o valor da menor, enquanto na PRVE não há valor mínimo. “Enquanto uns nada ganham, outros recebem bônus que representam 150% de uma remuneração”, afirma a FUP. A entidade diz ainda que o uso, para cálculo, da taxa de acidentes desrespeita o acordo coletivo, que fala em “não vincular concessão de vantagens à redução de acidentes”.

A FUP e a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) estabeleceram um calendário conjunto de mobilização contra a política de “desmonte” promovida pela atual direção da Petrobras. Assembleias nas bases já têm decidido pela rejeição da proposta da empresa. O objetivo é preparar uma greve da categoria, ainda sem data.

Correios

Com data-base em 1º de agosto, os trabalhadores na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) também estão em campanha salarial. Ainda não foi oficializada uma proposta econômica. O sindicato de São Paulo tem assembleia marcada para a noite de hoje (15).

“A ECT pretende manter apenas 45 cláusulas e modificar outras 19. A empresa fala ainda em excluir algumas, como a que trata da responsabilidade em acidentes de trânsito e do vale-cultura”, informa a Fentect, federação nacional da categoria. “De maneira contraditória, a empresa primeiro apresenta dados contábeis que reafirmam sua recuperação financeira, bem como o lucro obtido no último período, mas ao mesmo tempo quer excluir diversas cláusulas alegando que oneram e emperram as contas.”

Assim como no caso da Petrobras, a Fentect e a Findect, federação interestadual, se uniram com outras entidades em torno de uma “frente ampla” de defesa da ECT como empresa pública. A companhia está na mira de privatizações do governo.

[Via CUT]