A Diretoria Colegiada do SINDIPETRO-RN está convocando os petroleiros e petroleiras norte-rio-grandenses para uma Assembleia Geral Extraordinária, destinada a debater e decidir os rumos da luta contra a venda de campos petrolíferos e de outros ativos da Petrobrás, no Rio Grande do Norte e nos demais Estados do país.
Com início na próxima quarta-feira, 20, serão organizadas sessões deliberativas nas principais bases com a finalidade de ouvir a categoria em relação às propostas de realização de um Dia Nacional de Luta, a partir de 26 de julho, e de uma Greve Geral com duração inicial de cinco dias, a ser deflagrada a qualquer momento, a partir de 29 de julho.
Aprovados na VI Plenária Nacional da Federação Única dos Petroleiros – Plenafup, realizada recentemente em Campos dos Goytacazes (RJ), os indicativos constantes da pauta contemplam, ainda, uma autorização para a intensificação da luta contra a alienação de ativos na esfera judicial e a aprovação de uma contribuição assistencial, como forma de propiciar sustentação financeira ao movimento.
Desmonte
Com a falsa justificativa de que a venda de ativos é a “solução” para “salvar” a companhia, o novo presidente da Petrobrás, Pedro Parente, vem acelerando o processo de desmonte da empresa. Nesta quinta-feira, 14, em matéria com declarações do dirigente, a Agência Estado informou que a Petrobrás pretende “paralisar a produção de 25 plataformas, por até um ano, enquanto negocia a venda das áreas para a iniciativa privada”.
Em março, fruto da ação dos representantes de acionistas privados encastelados em postos-chave da própria Petrobrás, a Direção da companhia já havia anunciado a abertura da temporada de desmanche. Para saciar o apetite privatista, foi oferecida a cessão de direitos relativos a 104 concessões terrestres, sendo 98 áreas de produção e seis blocos exploratórios localizados nos estados do Rio Grande do Norte, Ceará, Alagoas, Sergipe, Bahia e Espírito Santo.
Sob a gestão da Petrobrás, esses campos recebem investimentos regulares que buscam manter a produção, gerando empregos e serviços capazes de dinamizar as economias locais. Nas mãos da iniciativa privada, o volume geral de investimentos diminuirá, e a lógica do lucro máximo levará à redução de custos. A combinação impactará os níveis de produção, rebaixando o pagamento de royalties, e deverá provocar a eliminação de empregos, precarizando a atividade com o aviltamento de salários e o rebaixamento de direitos.
Incertezas
Para os trabalhadores e trabalhadoras da Petrobrás que se encontram na iminência de perder seus postos de trabalho, o horizonte que se descortina no futuro imediato é nebuloso. Muitos, laboram há anos nessas áreas que estão sendo postas à venda. Alguns, desempenham as mesmas funções há décadas, com situação familiar e social estabilizadas. No entanto, de uma hora para outra, caso o processo de alienação de ativos continue avançando, logo começará o drama.
Na falta de argumentos, o assédio moral se tornará o principal instrumento de convencimento da companhia. Para forçar as transferências a bases de outros estados, muitas vezes com direitos rebaixados e desestruturação familiar, as ameaças de demissão deverão se multiplicar, reeditando os momentos mais sombrios da história da empresa. E, tudo isso, tende a ser apenas o começo, já que a intenção da atual Direção da Petrobrás, apoiada pelo governo golpista de Michel Temer, é esquartejar a empresa para vendê-la aos pedaços, a preço vil.
Mobilização social
Além das greves contra a venda de ativos e em defesa da integridade do Sistema Petrobrás, a categoria petroleira quer chamar a atenção para o avanço da ofensiva entreguista e lesa-pátria, conclamando a sociedade a se mobilizar. O alvo imediato dos trabalhadores e trabalhadoras é o Projeto de Lei 4567/16, de autoria do senador José Serra (PSDB-SP) que, não por acaso, é o ministro interino das Relações Exteriores. O PL retira a Petrobrás da condição de operadora exclusiva do Pré-sal, permitindo a exploração dessa jazida por petrolíferas estrangeiras.
Veja no link o calendário de assembleias: http://www.sindipetrorn.org.br/noticia/petroleiros-do-rn-discutem-indicativo-de-greve