O Sindipetro Paraná e Santa Catarina mobilizou as bases na Refinaria de Araucária (Repar) e na Usina do Xisto (SIX), em São Mateus do Sul…
Quanto vale a vida de um trabalhador? Pergunta estranha, pois não há aferição imaginável. O certo é que para a categoria petroleira não há preço, mas para a Petrobrás não é bem assim. A Companhia insiste em manter a precarização na Segurança, Meio Ambiente e Saúde, uma vez que não faz os investimentos necessários para que se obtenha uma política de SMS que priorize a vida, e não a produção e os lucros, como acontece atualmente.
Indignada com o descaso da empresa, os petroleiros promoveram nesta quinta-feira (25) uma série de protestos, atrasos e paralisações em plataformas, campos de produção terrestres, refinarias, terminais, usinas de biodiesel, termoelétricas e unidades administrativas, com participação de trabalhadores próprios e terceirizados, para exigir condições seguras de trabalho e respeito à vida.
A mobilização nacional foi chamada de “Dia Nacional de Mobilização para Defender a Vida” e foi deflagrada em função das oito mortes por acidentes de trabalho na Petrobrás apenas no mês de agosto. Já são 11 vítimas de acidentes fatais na empresa neste ano. Todos eram terceirizados. Desde que a FUP iniciou o levantamento, em 1995, 300 petroleiros perderam a vida, sendo que 243 deles era prestadores de serviços.
O Sindipetro Paraná e Santa Catarina mobilizou as bases na Refinaria de Araucária (Repar) e na Usina do Xisto (SIX), em São Mateus do Sul. Na Repar foi realizado atraso de uma hora na entrada do turno e administrativo, com expressiva participação dos trabalhadores, apesar do frio e mau tempo. Durante todo o dia acontece a Operação Segura, uma estratégia que consiste no rígido respeito aos procedimentos de segurança.
Na SIX também ocorreu atraso de uma hora no expediente. Os trabalhadores adotaram o regime de PT única, ou seja, apenas uma liberação de Permissão de Trabalho por funcionário.
A categoria demonstrou poder de mobilização e consciência de que apenas com unidade, organização e mobilização é possível conquistar um ambiente laboral com segurança para todos e todas.