Petroleiros do PR e SC atrasam a entrada de turno em protesto contra a proposta da Petrobrás

Trabalhadores da Repar [Araucária], Usina do Xisto [São Mateus], Ativos de Produção Sul [Itajaí] e Terminal Transpetro de Paranaguá…





 Sindipetro-PR/SC

Trabalhadores da Repar [Araucária], Usina do Xisto [São Mateus], Ativos de Produção Sul [Itajaí] e Terminal Transpetro de Paranaguá protestaram nesta sexta-feira [13] contra a proposta indecorosa da Petrobrás para a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho da categoria. Os petroleiros atenderam à convocação da FUP e do Sindipetro Paraná e Santa Catarina e atrasaram a entrada do turno/expediente. 

Representantes da empresa e da FUP se reuniram na última quarta-feira [11] para debater a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho. E mais uma vez, como tem acontecido ano após ano, a Petrobrás ofereceu uma proposta que está muito aquém das reivindicações dos trabalhadores e das possibilidades da empresa, que bate sucessivos recordes de produção graças ao empenho dos petroleiros. Mais do que isso, a Petrobrás sequer respondeu a várias reivindicações presentes na pauta da categoria [confira no comparativo abaixo.

Para se ter uma ideia de tamanho desrespeito, enquanto os petroleiros exigem 10% de aumento real nos salários, a empresa oferece apenas 2%, e ainda sobre a Remuneração Mínima por Nível e Regime [RMNR], algo que a categoria já deixou claro que não aceita! A Petrobrás ainda teve a cara-de-pau de não responder o questionamento da FUP sobre o retorno do “bônus dos gerentes”, aqueles 60% de gratificação pagos aos 9,5 mil gerentes, consultores, coordenadores e supervisores, o que custou R$ 90 milhões aos cofres da empresa e gerou revolta na categoria.

Além das cláusulas da pauta de reivindicações não respondidas, a empresa ainda acumula pendências pactuadas no acordo coletivo do ano passado, como a atualização e melhorais na tabele de reembolso do Programa Jovem Universitário e a implantação de um fundo garantidor dos trabalhadores terceirizados, importante instrumento para garantir as verbas rescisórias desses petroleiros que acabam levando calotes das “gatas”.

Diante desse cenário de total desrespeito à categoria, a FUP e os sindicatos da base aliada intensificaram as mobilizações da Campanha Reivindicatória 2010. Protestos semelhantes aos realizados pelo Sindipetro Paraná e Santa Catarina estão acontecendo na grande maioria das bases do Sistema Petrobrás.

:: Proposta da Petrobrás

– Reposição da inflação pelo IPCA.

– 2% de ganho real sobre a RMNR.

– Gratificação de 80% sobre uma remuneração.

– Criação de fórum com participação da FUP e sindicatos para discutir a política e as diretrizes da empresa em relação a SMS.

:: Reivindicações dos petroleiros

1. Reposição da inflação pelo ICV-Dieese.

2. 10 % a título de aumento real de salário.

3. Piso Salarial da Categoria no valor referente ao nível 428 da tabela salarial terrestre.

4. Reajuste dos benefícios [educacionais, auxílio creche, ensino fundamental, ensino médio e ensino superior], vantagens de prestação pecuniária, adicionais e diárias em viagens, com  valores fixos, de acordo com os itens 1 e 2 desta pauta.

5. Pagamento de metade do benefício Petros para os assistidos, a ser pago no mês de fevereiro de 2011, a título de adiantamento do 13º.

6. Transformação da Gratificação de Campos Terrestre de Produção em Gratificação de Trabalho em Áreas Remotas para os empregados do administrativo que trabalham em bases ou áreas remotas, com correção do benefício de acordo com a inflação e aumento real praticados neste acordo.

7. Pagamento de todos os passivos judiciais que estejam em processo de execução.