Petroleiros do Paraná e Santa Catarina intensificam a luta por segurança

Mais de 10 mil trabalhadores atrasaram a entrada no expediente da Repar, em Araucária, nesta quarta-feira (19), dia de mobilização nacional dos petroleiros.





Sindipetro PR/SC

Mais de 10 mil trabalhadores atrasaram a entrada no expediente da Repar, em Araucária, nesta quarta-feira (19), dia de mobilização nacional dos petroleiros. O protesto envolveu funcionários próprios e terceirizados da Petrobrás e intensificou a luta da categoria, que está em estado de greve, por melhorias na segurança.

A manifestação foi convocada pela FUP e envolveu sindicatos de petroleiros, da manutenção industrial, dos petroquímicos, da construção civil, da construção pesada, enfim, todas as categorias de trabalhadores que prestam serviços à estatal.

A segurança é uma luta antiga das organizações sindicais e há tempos vem sendo tratada com desdém pela companhia. Apenas neste ano 15 trabalhadores perderam suas vidas durante serviços realizados dentro de áreas da Petrobrás. Todos eram terceirizados. O levantamento realizado desde 1995 aponta 309 mortes na petrolífera. Desses, 251 eram terceirizados, ou seja, mais de 80% das vítimas. A média anual da Petrobrás é de 19,31 mortes. São números alarmantes que revelam a insegurança crônica da companhia, fruto da falência de uma gestão de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS) que mais se preocupa com a produção e os lucros do que no zelo pela vida dos trabalhadores.

Um estudo realizado pelo Sindipetro Paraná e Santa Catarina junto aos trabalhadores do efetivo próprio da Repar revelou que são necessárias e urgentes 400 contratações para operar a Refinaria com segurança. “Nós estamos em uma discussão para aumentar o número de postos de trabalho efetivos e para garantir a segurança dos trabalhadores. Um dos pontos da nossa campanha reivindicatória deste ano é a igualdade de direitos entre próprios e terceirizados. Hoje, ser terceirizado significa ser precarizado no salário, nos direitos e na segurança”, afirmou Anselmo Ruoso, diretor do Sindipetro e secretário de relações internacionais da FUP.

Para o presidente do Sindipetro Paraná e Santa Catarina, Silvaney Bernardi, a sobrecarga de trabalho, fruto do baixo número efetivo, aumenta os riscos do trabalho na Repar. “Acidentes gravíssimos já aconteceram na Repar e por sorte ninguém se feriu. No ano passado ocorreu uma explosão em um duto de uma caldeira. Neste ano as pás de um resfriador se romperam e foram alçadas em áreas de circulação de pessoas. Por sorte ninguém passava por ali no momento”, relatou.

Ainda de acordo com Bernardi, a solução para a insegurança na Petrobrás passa pela abertura de novos postos de trabalho. “O movimento sindical petroleiros tem propostas para políticas de segurança na empresa e a principal delas é o aumento do efetivo próprio”, concluiu.

Mobilizações nas demais bases

Em Santa Catarina, os trabalhadores dos Terminais Transpetro de Itajaí, Biguaçu e Guaramirim realizam durante o dia todo a Operação Permissão de Trabalho Única, com a liberação restrita a uma PT por vez. No Terminal de São Francisco Sul a mobilização acontece na quinta-feira (20), com atraso no expediente de uma hora.

 

Na Usina do Xisto, em São Mateus do Sul, os trabalhadores atrasaram em uma hora e meia a entrada do expediente administrativo e do turno das 07h30. A mobilização continua durante o dia com a Operação PT Única.

 

No Terminal Transpetro de Paranaguá ocorreu Bate Papo Sindical na entrada do turno do Grupo III, onde os sindicalistas locais esclareceram a base sobre a campanha pela segurança.