Após vinte anos da maior greve da história do movimento sindical petroleiro, que impediu a privatização da Petrobrás em 1995 durante governo FHC, mais uma vez, está provado que a categoria continua firme na luta por uma Petrobrás sob o controle da nação brasileira e pela democracia no País. Desde o dia 07 de julho, quando foram iniciadas as assembleias para a provação do indicativo de greve da FUP e seus sindicatos, os trabalhadores de todas as unidades do Sistema Petrobrás mostraram extrema maturidade em compreender a gravidade do atual momento político do país e, os riscos que a categoria sofre, caso não haja uma forte mobilização contra o novo Plano de Gestão e Negócios aprovado pelo Conselho de Administração da Petrobrás e em defesa do pré-sal.
A greve nacional de 24 horas, que começa a partir da meia noite desta sexta-feira, 24, representa o inicio de uma árdua batalha que os petroleiros terão pela frente, que é impedir a retirada de milhares de postos de trabalho, caso a Petrobrás ponha em prática o seu novo Plano de Gestão e Negócios – 2015/2019 – que visa o corte de 89 bilhões de dólares em investimentos e despesas, bem como a venda de ativos de patrimônio da companhia, da ordem de 57 milhões de dólares. Além disso, a categoria também terá o enorme desafio em mostrar à sociedade brasileira a importância do pré-sal para o desenvolvimento do país e, o que está por atrás do projeto tucano que ameaça a soberania nacional, que é o PL 131, Projeto de Lei do senador José Serra, que pode tirar da Petrobrás o papel de operadora única do pré-sal, assim como 30% dos blocos já licitados.
A LUTA CONTINUA EM BRASÍLIA
A partir do fim da primeira semana de agosto, quando será finalizado o recesso do Congresso Nacional, os petroleiros voltarão à Brasília, para retomar a luta contra a aprovação do PL 131, o projeto do senador José Serra que quer entregar o pré-sal às multinacionais. Há cerca de duas semanas, representantes da FUP e seus sindicatos, assim como petroleiros de várias estados do Brasil e diversos integrantes de movimentos sociais, fizeram forte pressão no senado e conseguiram derrubar o regime de urgência do PL que seria votado na segunda semana do mês de julho. Essa foi a primeira batalha ganha em uma luta que só está começando. A mobilização dos petroleiros em conjunto com os movimentos sociais e outras categorias reverteu, em apenas três semanas, um quadro que estava totalmente a favor da aprovação do PLS 131, que abre caminho para retirar o pré-sal do controle do Estado e entregar essa riqueza às multinacionais.
O projeto foi remetido para uma Comissão Especial, que terá 45 dias para debater a proposta entreguista de Serra, de retirar a Petrobrás da função de operadora única do pré-sal e acabar com a garantia legal de participação da empresa em pelo menos 30% dos campos exploratórios. Logo em seguida, o projeto volta ao plenário para apreciação. A luta, portanto, continua e, mais do que nunca, é urgente que os petroleiros aumentem a pressão, seguindo o indicativo da FUP de estado de greve e assembleia permanente.
Confira as reivindicações dos petroleiros
1 – Manutenção de todos os direitos dos trabalhadores.
2 – Recomposição do efetivo.
3 – Nova estrutura organizacional.
4 – Nova política de saúde, meio ambiente e segurança.
5 – Manutenção da Petrobrás Distribuidora S/A.
6 – Manutenção dos investimentos nos campos maduros.
7 – Incorporação integral de unidades controladas e subsidiárias (Entre elas a Transpetro).
8 – Conclusão dos projetos iniciados em 2014 (Abreu e Lima, Comperj, Fafen e plataformas).
9 – Manutenção dos investimentos na indústria nacional.
10 – Disponibilidade Unidades Termelétricas para atendimento das necessidades do País.
11 – Manifestação de plena condição e de interesse em permanecer como operadora única dos campos do pré-sal.
Fonte: FUP