Petroleiros de Minas Gerais aprovam greve de advertência para quarta-feira (26)

Trabalhadores rejeitam redução de 31% na PLR e exigem respeito nas negociações coletivas, como teletrabalho e plano de cargos

[Da comunicação do Sindipetro MG]

Os petroleiros da Refinaria Gabriel Passos (Regap) e da Usina Termelétrica de Ibirité (UTE-IBT) aprovaram uma greve de advertência para esta quarta-feira (26). O movimento aprovado será de corte de rendição de 12 horas para os trabalhadores do turno e HA, a partir das 7h da manhã. A mobilização denuncia a redução de 31% na Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e a intransigência em negociações coletivas envolvendo temas como segurança, efetivo, teletrabalho e plano de cargos.

A greve, aprovada por 85% dos votos em assembleias entre os dias 17 e 24 de março, faz parte de um movimento nacional de pressão por negociações coletivas, coordenado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). Para Guilherme Alves, coordenador-geral do Sindipetro/MG, a unidade das federações é estratégica. “A categoria entendeu que só com uma mobilização conjunta enfrentaremos a postura autoritária da Petrobrás. Enquanto distribui 207% dos lucros aos acionistas, a empresa ignora quem a reconstrói e gera sua riqueza”, afirmou, em referência às políticas da gestão Magda Chambriard. “Não permitiremos que a cultura do medo, aplicada nas estatais pelos governos passados, retorne às nossas unidades”, reforçou Guilherme Alves.

Além da paralisação em Betim e Ibirité, também haverá atraso na entrada do expediente da manhã na Usina de Biodiesel Darcy Ribeiro, da Petrobrás Biocombustível (PBIO), em Montes Claros.

A categoria exige a manutenção dos valores originais da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), rejeitando a redução de 31% em relação aos simuladores de dezembro de 2024. A Petrobrás, que destinou 207% dos lucros a acionistas, é acusada de ignorar a contribuição dos trabalhadores para sua reconstrução no governo Lula. Paralelamente, os petroleiros cobram a criação de um plano de cargos único e integrado para todo o Sistema Petrobrás, corrigindo distorções geradas pela coexistência de dois planos distintos. A demanda inclui transparência na progressão de cargos e respeito à negociação coletiva.

Os trabalhadores também pressionam a Petrobrás para cancelar as mudanças unilaterais no teletrabalho, como o termo de adesão individual, e abrir negociações coletivas que levem em conta as demandas e o bem estar da categoria. A categoria também denuncia a falta de solução para os Planos de Equacionamento de Déficits (PEDs) da Petros, que penalizam os aposentados. Eles exigem um acordo construído com os trabalhadores, alinhado à função social da empresa, para restaurar a dignidade daqueles que tanto contribuíram para a construção da Petrobrás.