Trabalhadores da Replan, em Paulínia, realizam na manhã desta quinta-feira (19/12), na entrada da refinaria, um ato em defesa da vida. A manifestação é organizada pelo Sindipetro Unificado-SP para alertar sobre os acidentes que vêm ocorrendo com frequência na refinaria, colocando em risco petroleiros e a comunidade, e reivindicar mais segurança aos trabalhadores.
Há tempos, os funcionários da Replan trabalham sob ameaça constante. A política de sucateamento da empresa, aliada ao descaso da atual gestão da Petrobrás, transformou a refinaria em um barril de pólvora, que pode explodir a qualquer momento. E este ano, especialmente, o número de ocorrências na Replan assustou os petroleiros. Foram muitos casos registrados e vários deles em um mesmo dia.
Só na terça-feira (17) ocorreram cinco situações: um tanque de óleo combustível pegou fogo na Unidade de Transferência e Estocagem, houve um princípio de incêndio em um compressor do Craqueamento, uma parada acidental de um forno na Unidade de Geração de Hidrogênio e a queda de um turbo gerador e de uma caldeira, ambos na Casa de Força (Cafor).
Nenhum dos casos teve vítimas, mas demonstra a precarização das condições de trabalho. A empresa direcionou seus objetivos para metas individuais, atreladas a índices de produção. Com isso, para alcançar o resultado esperado, muitas vezes, a gerência acaba negligenciando as questões de segurança.
Outro fator apontado pelo Sindicato como consequência do aumento de acidentes na refinaria é falta de substituição da mão de obra. “Houve uma saída em massa de trabalhadores mais antigos e experientes, por conta do PIDV (Programa de Incentivo ao Desligamento Voluntário), e a empresa não está recompondo o efetivo”, afirma o diretor do Unificado Gustavo Marsaioli.
O Sindicato defende que a Replan invista, de forma maciça, em manutenção e segurança e que a Petrobrás se disponha a conversar com a direção da entidade. “É muito importante que a empresa e o Sindicato conversem, a fim de buscarmos juntos alternativas para evitar novos acidentes e garantir mais segurança aos petroleiros”, declara Marsaioli.
[Via Sindipetro Unificado SP]