A rejeição à contraproposta da direção da Petrobrás para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) foi por unanimidade na Bahia. 100% dos petroleiros e petroleiras – ativos e aposentados (as) – que compareceram à Assembleia Geral Extraordinária (AGE), neste sábado (9), em Salvador, disseram não à proposta da gestão da estatal, considerada indecente e uma afronta à categoria.
Foram 308 votos contrários à proposta, zero contra e zero abstenção.
Eles também aprovaram, com este mesmo percentual (100%), a realização de uma greve por tempo indeterminado, caso um projeto de privatização da Petrobrás seja encaminhado ao Congresso Nacional, além de um estado de assembleia em caráter permanente.
O espaço ficou pequeno para a quantidade de petroleiros que compareceram à AGE, pois apesar das 308 assinaturas na lista de presença, havia no local cerca de 500 pessoas.
Revolta
O clima era de revolta e indignação contra os incessantes ataques da gestão da Petrobrás e do governo Bolsonaro ao Sistema Petrobrás e aos direitos da categoria. O Coordenador do Sindipetro, Jairo Batista, falou sobre a história de luta dos petroleiros, afirmando que se a categoria não tivesse resistido como vem fazendo, a situação hoje seria ainda pior. “Estamos diante de um governo que não cumpre a legislação ou as regras e ainda tenta dar um golpe para continuar no poder, além de atacar a Petrobrás, de forma ostensiva”, afirmou o coordenador, apontando que “diante deste quadro, a greve será o nosso único caminho”.
A votação foi realizada após análise da contraproposta da empresa, que traz retirada de direitos históricos, a exemplo da supressão das cláusulas da AMS do ACT.
Nas falas da categoria houve vários pontos em comum. A indignação e a disposição para a luta contra os desmandos e ataques da gestão da Petrobrás e do governo Bolsonaro foram ressaltadas. Eles também entendem que a campanha reivindicatória da categoria pode influenciar nas eleições presidenciais devido à Petrobrás estar no centro das disputas, assim como o resultado das eleições vai influenciar no ACT e no futuro da estatal e da categoria.
Outro ponto tratado foi a necessidade de união. Para eles, a FUP e a FNP devem caminhar juntas para fortalecer a categoria. Neste sentido, os petroleiros também aprovaram na AGE, a unidade entre a FUP e a FNP.
A diretoria do Sindipetro Bahia distribuiu o jornal Petrolino, com uma tabela comparativa entre as duas propostas para o ACT, a da FUP e a da Petrobrás, além de uma cartilha com a proposta completa da FUP para o ACT, a fim de facilitar o acompanhamento da categoria durante a Campanha Reivindicatória.
Também foi feita uma homenagem e um minuto de silêncio em memória de Adison Araújo, ex diretor do Sindipetro, muito querido por todos, definido por seus companheiros como “uma pessoa de fala mansa, bondosa, atenciosa e que sempre manteve uma postura muito firme em defesa da categoria e da Petrobrás”.
[Da imprensa do Sindipetro Bahia]