Petroleiros da Bahia realizam ato contra entrega dos campos terrestres de produção

A manifestação contou com a adesão dos trabalhadores do turno e administrativo diretos e terceirizados da Petrobrás





Sindicato dos Químicos e Petroleiros da Bahia

O Sindicato dos Químicos e Petroleiros da Bahia realizou na manhã desta quarta-feira (07), uma manifestação na porta do prédio administrativo da Petrobrás, no Itaigara, que contou com a adesão dos trabalhadores do turno e administrativo diretos e terceirizados da Petrobrás contra as tentativas de esvaziamento e entrega dos campos terrestres de produção de petróleo.

O ato integra o calendário de atividades programadas pelo Movimento em Defesa da Bahia, que conta com representantes do Sindicato e da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e busca o apoio da população para que se some a campanha para impedir a votação das alterações dos projetos de lei do governo federal para o pré-sal, especificamente no que se refere ao sistema de partilha de produção de petróleo e à capitalização da Petrobrás.
 

Pelo projeto a empresa terá que devolver à União, como forma de ressarcimento, até 100 milhões de barris de óleo dos campos terrestres. Já a alteração no relatório do projeto de partilha prevê que o governo federal incremente a participação de empresas de pequeno e médio porte na exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás. A FUP, através do senador Paulo Paim (PT/RS), viabilizou a apresentação de duas emendas supressivas, que retiram dos relatórios dos projetos do governo as inclusões feitas pelos parlamentares na votação na Câmara de Deputados.

Os sindicalistas estão em Brasília, para tentar impedir que os projetos sejam votados ainda esta semana. A mobilização foi iniciada às 6h quando os primeiros trabalhadores chegaram à sede da Petrobrás e foram surpreendidos com a presença dos dirigentes sindicais.

Durante o ato, foram distribuídos alguns impressos com informações sobre a tramitação dos projetos, o que está sendo defendido por esses parlamentares, que não tem compromisso com a Bahia, e as graves conseqüências financeiras e sociais para os 28 municípios, em caso dos atuais projetos serem votados com as alterações.

Para o movimento sindical, o fato dos relatórios terem sido alterados na votação do Plenário da Câmara mostra o interesse de empresários e parlamentares opositores ao governo em entregar às empresas privadas campos terrestres de petróleo, o que trará como conseqüência o esvaziamento econômico de cerca de 28 municípios baianos. Em termos financeiros, nos próximos anos, a Bahia perderá R$ 2,1 bilhões em investimentos diretos da Petrobrás. Somente nos anos de 2010 e 2011, a perda será de R$ 513 milhões. De imediato serão eliminados 6.500 postos de trabalhos diretos e indiretos.

Ontem (06), os dirigentes sindicais estiveram no aeroporto Luis Eduardo Magalhães para entregar um documento, solicitando apoio, aos senadores e deputados federais que embarcaram para Brasília.

Para sexta-feira 09, a partir das 16h, foi programada uma caminhada, do Campo Grande até a Praça Municipal para convocar à população a se somar a esta grande campanha regional e nacional.

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