Petroleiros da Bacia de Campos relatam casos de truculência e corte na comunicação

Petroleiros em greve que estão desembarcando de várias plataformas da Bacia de Campos…

Sindipetro NF

Petroleiros em greve que estão desembarcando de várias plataformas da Bacia de Campos estão realizando reuniões setoriais nas sedes do Sindipetro-NF, em Campos e em Macaé. A orientação do sindicato é a de entrega da unidade, aonde não for possível manter o controle da produção, mediante assinatura de documento à gerência.

 

Em razão do criminoso corte nas comunicações com as unidades (internet e telefone) feito pela Petrobrás, o sindicato encontra dificuldades para fechar um quadro local da mobilização. A entidade solicita aos trabalhadores embarcados que, caso consigam algum contato com a terra (amigos, parentes ou o próprio sindicato) informem a situação da unidade.

 

Nas reuniões setoriais em terra e em alguns e-mails, os trabalhadores têm feito relatos dramáticos sobre a truculência das gerências. Várias unidades estão sendo operadas se forma arriscada por equipes de contingência despreparadas para a função.

 

Em um dos e-mails recebidos pelo sindicato, um petroleiro relata que teve informações de que coordenadores de manutenção e geplats da P-54 “estão repassando informações falsas aos companheiros embarcados de que somente três plataformas aderiram ao movimento. Os companheiros ficaram isolados no cinema durante toda a jornada, somente com um ramal telefônico, que não faz ligação externa e não recebe ligação externa diretamente de terra, além da proibição e corte da internet, onde os companheiros só tiveram acesso ao documento de entrega da plataforma e solicitação de desembarque”.

 

E o trabalhador continua: “Sugiro que, além dos processos movidos contra a empresa (pessoa jurídica), os gerentes e os coordenadores que coagiram nossos companheiros também sejam punidos, pois estes estão ferindo o direito que nos é permitido por lei. Estamos cansados dos mandos e desmandos dessa gerência onde as decisões são unilaterais e que sempre acham o que é melhor para a equipe sem consulta a mesma”.

 

Em outro e-mail, outro petroleiro dá testemunho semelhante: “A minha plataforma não parou! Tive que ir na sede da UN-ES para ligar pra lá, pois moro em Vitória, e os ramais externos foram todos cortados. A pressão lá dentro está sendo criminosa, com direito às tais cartinhas de suspensão e demissão. A equipe de contingência está toda lá, contando inclusive com engenheiros-gerentes, que nunca viram uma válvula na frente deles”.