Petroleiros completam uma semana de greve por direitos e empregos impactados pelas privatizações

Os trabalhadores do Sistema Petrobrás completam nesta quinta-feira, 11, uma semana de greves regionais que denunciam a precarização das condições de trabalho, os riscos de acidentes e o avanço da pandemia nas instalações da empresa. Quatro estados seguem mobilizados desde o último dia 05, quando os petroleiros da Refinaria Landhulfo Alves (Rlam) retomaram a greve na Bahia. Desde então, as mobilizações vêm crescendo no Amazonas, no Espirito Santo e em São Paulo, com novas adesões previstas para os próximos dias em outros estados do país.

Na Bahia, além da Rlam, o movimento tem contado com a participação dos trabalhadores dos campos terrestres e do Terminal Madre de Deus, que também sofrem os impactos das privatizações. Ontem, a greve foi estendida para os campos de Taquipe e hoje para a base de Santiago, em Catu.

No Sindipetro Unificado de São Paulo, a greve vem mobilizando trabalhadores das refinarias de Paulínia (Replan) e de Capuava (Recap) e também os terminais da Transpetro. No Espírito Santo, os petroleiros dos campos terrestres tem participado do movimento que tem mobilizado também os trabalhadores das plataformas, com atrasos nos embarques feitos no aeroporto de Vitória.  No Amazonas, os trabalhadores da Refinaria de Manaus (Reman) seguem participando dos atrasos feitos pelo Sindipetro nas trocas de turno.

Novas adesões começam a ser desenhadas também em outras bases da FUP que aprovaram a greve. Estão sendo feitos atrasos no turno na Regap, em Minas Gerais, na Refinaria Abreu e Lima e no Terminal Aquaviário de Suape, em Pernambuco. No Norte Fluminense, os trabalhadores aprovaram estado de greve e realizaram na quarta-feira, 10, seminário para discutir novas formas de mobilização. No Paraná, a greve foi aprovada na Usina de Xisto (SIX), onde os trabalhadores estão se organizando para intensificar as mobilizações.

Com pautas de reivindicações diversas, os sindicatos da FUP denunciam os impactos das privatizações nas relações de trabalho, em função das transferências compulsórias feitas pela gestão da Petrobrás, da redução drástica de efetivos e do sucateamento das unidades, principalmente as que estão sendo vendidas. O resultado desse desmonte é o risco diário de acidentes, sobrecarga de trabalho, assédio moral e descumprimento rotineiro do Acordo Coletivo de Trabalho.

Novas ações por preços justos para os combustíveis

Seguindo a orientação da FUP, os sindicatos realizam nesta sexta-feira, 12, nova ações solidárias de venda subsidiada da gasolina e do gás de cozinha no Espírito Santo, na Bahia e em São Paulo, mostrando para a sociedade que é possível comprar derivados de petróleo por preços justos. A apesar de produzidos nas refinarias brasileiras com petróleo nacional, os combustíveis são vendidos a preços internacionais e custo de importação.

Uma conta que não fecha para os consumidores brasileiros, pois é baseada no Preço de Paridade de Importação (PPI). política de reajuste dos derivados de petróleo que foi implantada em 2016 no governo Temer e mantida pelo governo Bolsonaro.

Cada vez que o preço do barril de petróleo, que é cotado em dólar, sobe lá fora, a Petrobrás reajusta os preços dos combustíveis aqui no Brasil. Com isso, só em 2021, a gasolina já aumentou 54%, e o diesel 41,5% nas refinarias. O resultado se reflete no aumento recorde da inflação em fevereiro, que teve como principal vilão os preços dos combustíveis (saiba mais aqui).

Veja as fotos do 7º dia de greve:

[Imprensa da FUP | Foto: Sindipetro AM]