Petroleiros baianos realizam ação de venda de gás de cozinha e de gasolina a preço justo na segunda (1) em apoio à greve dos caminhoneiros

Na segunda-feira (1/02), diretores do Sindipetro Bahia vão realizar duas ações em apoio à greve dos caminhoneiros anunciada para essa data. As ações fazem parte de uma série de atividades que estão sendo desenvolvidas, em nível nacional, pela categoria petroleira com o propósito de denunciar a politica de preços adotada pela atual gestão da Petrobras e que tem levado aos aumentos abusivos dos preços dos combustíveis e gás de cozinha.

Em Salvador, as atividades acontecem no período da manhã: às 8h30 será realizada a ação da “Venda de Gás a Preço Justo”, quando serão vendidos 200 botijões de gás de cozinha de 13 kilos a famílias carentes, em um bairro popular de Salvador, pelo valor de R$ 40,00.

Às 11h30, a ação acontece em um posto de combustível. Assim como o gás de cozinha, parte do preço do litro da gasolina também vai ser subsidiado pelo Sindipetro. O consumidor poderá pagar aproximadamente R$ 3,00 pelo litro desse combustível. O Sindipetro vai subsidiar o restante do valor até o limite de 20 litros por veículo e de 10 litros por moto. Serão distribuídos 100 tickets de 36 reais para os 100 primeiros veículos que abastecerem e 100 tickets de 18 reais para as 100 primeiras motos. A ação da entidade sindical proporcionará o desconto de R$ 1,80 por cada litro de gasolina, com a disponibilização de 1000 litros desse combustível.

“Consideramos que o valor de cerca de R$ 3,00 é um preço justo que a Petrobras poderia estar praticando para a sociedade se não tivesse feito a opção de internacionalizar os preços dos derivados de petróleo, favorecendo apenas os investidores e o mercado, em detrimento do povo brasileiro”, afirma o diretor de comunicação do Sindipetro, Radiovaldo Costa.

As ações vão mostrar que é possível vender o gás de cozinha e a gasolina a um preço mais baixo do que está sendo praticado hoje no mercado, levando-se em consideração o custo de produção nacional, mantendo o lucro das distribuidoras, revendedoras, da Petrobras e a arrecadação dos impostos dos estados e municípios.

Há pelo menos quatro anos (desde o governo Temer), os petroleiros através das suas entidades representativas como a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e Sindipetro Bahia, alertam para os prejuízos que a política de preços da gestão da estatal vem causando à população brasileira e da necessidade de mudança dessa política.

Caso seja concretizada a venda de oito das 13 refinarias da Petrobrás – entre elas a Refinaria Landulpho Alves, localizada no município de São Francisco do Conde, na Bahia – a situação tende a piorar.

Estudo da PUC Rio, que analisou os efeitos da privatização de seis das oito refinarias colocadas à venda pela direção da Petrobras: Refap (RS), Repar (PR), Regap (MG), RLAM (BA), RNEST (PE) e Reman (AM), apontou que a venda dessas refinarias vai abrir espaço e incentivar a criação de um oligopólio nacional e monopólios regionais privados e sem competitividade.

De acordo com os pesquisadores, a Rlam é uma das refinarias da estatal que tem potencial mais elevado para formação de monopólios regionais, o que pode aumentar ainda mais os preços da gasolina, diesel e gás de cozinha, além do risco de desabastecimento, o que deixará o consumidor inseguro e refém de uma empresa privada.

Pautas em comum

O Sindipetro Bahia apoia a greve dos caminhoneiros, anunciada para a próxima segunda (1/02), por entender que uma vitória do movimento paredista dessa categoria, que reivindica, entre outras coisas, a redução dos preços dos derivados de petróleo, pode beneficiar toda a população brasileira.

Com algumas pautas e reivindicações similares, a luta dos petroleiros e caminhoneiros se converge em pontos que são de grande interesse da população brasileira: o fim do Preço de Paridade de Importação (PPI) adotado pela Petrobras, que atrela os preços dos combustíveis no Brasil ao valor do barril de petróleo no mercado internacional e o cancelamento da venda das refinarias da estatal.

Para o coordenador do Sindipetro Bahia, Jairo Batista “ao produzir o combustível em real e vender em dólar, o governo Bolsonaro vem impondo severos sacrifícios à população em geral e a alguns segmentos que fazem parte de categorias específicas como os caminhoneiros que ao anunciar a greve reivindicam também o aumento da tabela do frete mínimo e direito a aposentadoria especial”.

[Da imprensa do Sindipetro Bahia]