Petroleiros baianos participam de mobilização por melhorias de SMS na RLAM

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Sindipetro BA

Nesta quinta-feira, 31, uma grande mobilização na entrada da RLAM marcou o ato promovido pelo Sindipetro Bahia, com presença dos Eládio Pereira, Walter Souza Jr., Alberto Jorge, Agnaldo Cosme, Allan Almeida, Edson Almeida e Deyvid Bacelar e centenas de petroleiros do administrativo e turno.

Após o trabalho no interior dos ônibus, com distribuição dos jornais onde o sindicato denuncia a onda de acidentes na Refinaria e que em cinco meses já foram sete com afastamentos, cerca de 400 trabalhadores ouviram no Miguelão explicações da assessoria jurídica do Sindipetro Bahia sobre os processos relacionados a hora extra de troca de turno, interstício entre jornadas, RMNR, RSR, desconto dos dias parados na greve de 2011, ações antisindicais e  aposentadoria especial, entre outros questões de interesses da base.

Essa iniciativa faz parte da estratégia de levar aos trabalhadores, diretamente nos locais de trabalho, informação e explicação sobre os fatos que interessam aos petroleiros e tem repercussão na família de cada, eliminando as “fofocas” de uma minoria que prega a discórdia e caluniam a entidade.

O diretor Alberto Jorge discorreu sobre a terceirização indiscriminada na RLAM e suas graves consequências para as relações de trabalho, em especial no armazém do Suprimento, Biblioteca, Manutenção, Segurança Industrial e até na operação, que já possui, por incrível que pareça, operadores terceirizados. Ele destacou ainda que das 316 mortes por acidente de trabalho na Petrobrás, mais de 80% atingiu os terceirizados. Foi feito o convite a todos para participar da audiência pública sobre os Projetos de Lei da Tercerização, que será realizada no dia 4/6 no Ministério Público do Trabalho, que fica no Corredor da Vitória\Salvador.

Deyvid Bacelar fez uma breve abordagem sobre EXAMES MÉDICOS OCUPACIONAIS e ASO duas grandes questões de saúde ocupacional que assolam e preocupam a categoria, maior prejudicada nesses casos. Sobre as mudanças na N-2691, Deyvid criticou não só a forma mas também o conteúdo dessa mudança que foi feita sem ouvir o movimento sindical petroleiro nem o corpo técnico de médicos e enfermeiros do trabalho da empresa que são contra essas mudanças.

Outro motivo abordado na assembleia e que traz bastante preocupação é a redução dos exames complementares durante o periódico, que revela a falta de compromisso de alguns gestores com a prevenção de doenças ocupacionais ou outras.

Segundo o diretor Deyvid Bacelar, essas mudanças não só afetaram o pessoal do administrativo, mas também as de turno, que trabalham diretamente na área industrial e em condições adversas, como os brigadistas e resgatistas; estes não fazem mais exames específicos para essas funções. Deyvid também falou ainda sobre o Atestado de Saúde Ocupacional (ASO), que continua sem descrever os riscos ocupacionais aos quais os trabalhadores estão expostos.

Isso configura ameaça à saúde de quem trabalha em áreas classificadas como de riscos químicos, como o Benzeno em seus ASOs. Segundo Deyvid, um absurdo para a Saúde Ocupacional, descumprimento legal da NR 7 e Resoluções do Conselho Federal de Medicina, que obriga aos médicos a colocarem esses riscos nos ASOs. A orientação do sindicato é para que os trabalhadores não assinem os ASOs sem colocar uma ressalva (observação), informando os riscos aos quais cada um está exposto. Assinar os ASOs só com os riscos descritos.

Na sua fala, o diretor Agnaldo Cosme discorreu sobre os 34 acidentes (7 com afastamento e 27 sem) ocorridos na RLAM nos cinco meses, bem como os vazamentos e incêndios que assustam a força de trabalho. Ele pediu o apoio de todos para a identificação de desvios na área industrial, assim como a comunicação imediata de qualquer anormalidade ao sindicato, para a a adoção de medidas legais.

Já o diretor Eládio Pereira reafirmou os casos de assédio moral existentes não somente na SMS/SI, mas também em toda Refinaria, citando o que vem ocorrendo no CIC, com a conhecida pressão psicológica do COTUR sobre os operadores de painéis. Falou aos trabalhadores também sobre o que disse o GG\RLAM, quanto à novela para a execução do projeto da nova estrada (Trevo da Resistência), que necessitaria apenas de apoio político. Eládio ressaltou aos trabalhadores que não se deve ficar reféns de interesses políticos, pessoais e partidários, para a construção da obra. Segundo ele, “muitos querem ser pais da criança”.

O diretor Edson Almeida aproveitou a oportunidade e informou na assembleia que o Sindipetro Bahia realiza o 1º Congresso dos Petroleiros da Bahia dias 30/6 e 1/7 no Hotel Vila Mar\Amaralina. Ele convocou a todos e demonstrou a importância da participação no evento.

Todas as informações sobre delegados, inscrição e teses estão no site do sindicato, basta acessar www.sindipetroba.org.br.

Por último falou o diretor Allan Almeida, que destacou a PLR como um momento que exige a mobilização da categoria. Para Allan, o piso da PLR de 2011 deve pelo menos ser igual à de 2010, tendo em vista a redução do Lucro Líquido da Petrobras e o aumento dos empregados na empresa.

Apesar de a empresa ter aumentado em 2,33% os dividendos pagos aos acionistas, ela diminuiu em 7,73% o valor provisionado para os empregados, o que revela o tamanho do problema que teremos com essa proposta de PLR rebaixada. Allan destacou ainda a importância da participação da categoria nos debates sobre o regramento das PLR futuras, pois a estatal apresentou a sua contraproposta no início do ano, modificando a proposta da FUP, indicada em 2008.