Petroleiros aprovam paralisações até sexta-feira, 08, por avanços na negociação da PLR

Na próxima terça-feira, 12, haverá uma nova reunião do Conselho Deliberativo da FUP para avaliar o quadro nacional…





Imprensa da FUP

Atendendo aos indicativos da FUP e de seus sindicatos, os petroleiros aprovaram estado de greve e paralisações entre os dias 06 e 08 de julho para pressionar a Petrobrás a avançar na negociação da PLR, tomando como base a proposta dos trabalhadores. Haverá mobilizações em todas as bases da FUP, além da Refap e dos terminais do Rio Grande do Sul, cujos trabalhadores também aprovaram os indicativos da Federação. Os petroleiros, portanto, somam-se às mobilizações que a CUT e demais centrais sindicais realizam nesta quarta-feira, 06, por melhores salários, dando a largada nas campanhas reivindicatórias do segundo semestre.

As paralisações dos trabalhadores do Sistema Petrobrás começam nesta quarta, 06, nas plataformas marítimas e áreas terrestres de produção e exploração de petróleo e gás. Na quinta-feira, dia 07, as mobilizações prosseguem, com os trabalhadores das refinarias. Na sexta, dia 08, será a vez dos petroleiros dos terminais, termelétricas, usinas de biodiesel e unidades administrativas. As mobilizações servirão de alerta para a direção da Petrobrás, demonstrando que os petroleiros não medirão esforços na luta por uma PLR transparente e democrática.

Na próxima terça-feira, 12, haverá uma nova reunião do Conselho Deliberativo da FUP para avaliar o quadro nacional e definir os próximos encaminhamentos em relação à PLR.

O querem os petroleiros:

  • Negociação da PLR com a Petrobrás, tomando como base a proposta dos trabalhadores aprovada em assembléias;
  • Que a Petrobrás assuma o compromisso de não pagar bônus aos cargos comissionados, como fez no ano passado, sem qualquer discussão com os tabalhadores;
  • Que a Petrobrás apresente uma nova proposta, com base nas reivindicações dos trabalhadores;
  • Que a Petrobrás se posicione em relação às PLRs futuras.

Fosso entre o piso e o teto

Diferentemente do que a Petrobrás tem anunciado, sua proposta de PLR aprofunda a relação piso e teto, elevando em até sete vezes a diferença entre o menor e o maior valor a ser pago. Além disso, mais uma vez, o provisionamento da PLR foi feito de forma unilateral pela empresa, sem negociação prévia com o movimento sindical. 

É preciso que o processo de negociação avance, tomando como base a proposta de PLR futura, aprovada pelos trabalhadores em assembléias e, que, desde 2008, a Petrobrás vem esquivando-se de implementar. Portanto, é a disposição de luta da categoria que dará o tom desta campanha. O embate dos petroleiros começa esta semana, realizando uma grande mobilização nos dias 06, 07 e 08 

O que está em jogo é a volta do surbônus

Mesmo recebendo uma remuneração mensal diferenciada em relação aos demais trabalhadores, os gerentes, supervisores, coordenadores, consultores e outros cargos de confiança embolsaram no ano passado um extra de 2,56 remunerações, somando a PLR e o abono pago pela Petrobrás ao apagar das luzes da campanha.  Portanto, o que está em jogo neste embate com a empresa é a volta do surbônus, uma imoralidade que a FUP e seus sindicatos combateram e derrotaram no governo FHC, mas que jamais saiu da pauta dos gerentes.

Muito mais do que uma campanha de PLR, meramente econômica, a disputa que a categoria está travando com a Petrobrás é, acima de tudo, ideológica. É inconcebível que uma empresa pública fique refém de uma casta de executivos, que pressionam pela volta do bônus, uma política neoliberal, extremamente individualista, que estimula a divisão da classe trabalhadora e que levou à bancarrota uma série de corporações recentemente.  Os petroleiros estão respondendo nas assembléias que não permitirão esse retrocesso.