Petroleiras da FUP reunidas em Campinas debatem os avanços da mulher na sociedade

O 3º Encontro Nacional de Mulheres Petroleiras da FUP teve início ontem à noite (12.05), na Regional Campinas do Sindipetro Unificado do Estado de São Paulo. A abertura do evento contou com a participação de mulheres de vários estados, representando a CUT, CTB, Marcha Mundial das Mulheres, CNQ, Levante Popular da Juventude e Coletivo de Mulheres da FUP. O coordenador da Federação Única dos Petroleiros, José Maria Rangel, foi o único homem a compor a mesa.

O tema do encontro deste ano é “Sempre Estivemos na Luta”. Até amanhã à tarde, as petroleiras debaterão a agenda nacional das trabalhadoras do Sistema Petrobrás e as condições das mulheres na sociedade. Hoje de manhã, o evento foi realizado em frente à portaria de acesso da Replan, em Paulínia, e continua agora à tarde com mesa de discussões e oficina no auditório do sindicato.

Na noite de abertura, o coordenador da Regional Campinas, Gustavo Marsaioli, fez uma saudação às participantes. “Temos orgulho de recebê-las e esperamos que daqui saiam grandes propostas. O coletivo está na direção certa e tem que avançar mais para que as discussões políticas sejam, efetivamente, colocadas em prática”, afirmou.

A coordenadora do Unificado, Cibele Vieira, falou sobre a importância da organização das petroleiras. “Esta sala hoje, que tem dezenas de mulheres, é muita representativa e uma conquista enorme para as petroleiras. Cada dia mais companheiras estão se unindo, participando dos debates e lutando pelos seus direitos na sociedade”, destacou. 

Para Elaine Bezerra, da Marcha Mundial das Mulheres, a auto-organização das mulheres é essencial para o avanço da luta coletiva da categoria. “Este espaço, hoje, tem uma contribuição muito importante para nossas conquistas na sociedade”, comentou.

A presidente da CNQ, Lucineide Varjão, reafirmou a importância da união e participação das mulheres no movimento sindical e fez uma provocação ao coordenador da FUP. “Essa organização é que possibilitará que tenhamos, quem sabe no próximo congresso da FUP, uma mulher na direção da federação”, disse.

Juliane Furno, do Levante Popular da Juventude, protestou contra o PL 4330, que regulariza as contratações terceirizadas. “As mulheres serão as mais prejudicadas, caso esse projeto seja aprovado. Temos que protagonizar a luta contra esse PL”, declarou.

Liciane Andreoli, do MAB, falou sobre os ataques sofridos pela Petrobrás, principalmente por parte da direita e da grande mídia. “As petroleiras devem se organizar e lutar contra essa burguesia e nós devemos nós, mulheres de outras categorias, devemos nos juntar a essa luta”, declarou.

Fafá, da CTB, lembrou do grande ato nacional que será realizado no dia 29 pelos direitos dos trabalhadores e comentou sobre a expectativa de criação da Secretaria de Mulheres. “Que esse encontro dê forças às mulheres para avançarmos e construirmos a Secretaria de Mulheres”, afirmou.

A democratização da comunicação foi um dos pontos destacados por Rosana Souza, da Executiva Nacional da CUT. “Sofremos com a mídia brasileira, que vende carro e cerveja com o corpo da mulher. Os petroleiros já participam, efetivamente, dessa luta e temos que reforçar esse movimento”.

José Maria comentou sobre os avanços das mulheres na FUP e, um deles, que já passa a valer a partir da próxima plenária, é a cota de participação de mulheres. “As delegações terão que levar 17% de mulheres nas plenárias da FUP”, contou. Ele disse ainda que pretende contar com mulheres na próxima diretoria da Federação. “Através da sua luta, as mulheres têm alcançado seu espaço”.

Segundo a coordenadora do Coletivo de Mulheres da FUP, Anacélie Azevedo, o Sistema Petrobrás conta hoje com 17% de trabalhadoras mulheres. “As mulheres estão enfrentando o mercado de trabalho. O número está crescendo exponencialmente. E nós fazemos um trabalho duro de organização para empoderar as mulheres e torná-las visíveis à sociedade”, afirmou.

Fonte: Sindipetro Unificado de São Paulo