Em meio às dificuldades de contratação que a Petrobrás vive em função da Operação Lava-Jato, que tem sob mira importantes fornecedores da empresa, os gestores já começam a anunciar que irão recorrer ao mercado internacional para suprir as necessidades da companhia. Ou seja, em vez de buscar alternativas dentro do país, dando continuidade à geração de emprego e renda que mudou a vida de milhares de brasileiros nos últimos 14 anos, a direção da Petrobrás prefere voltar aos tempos de FHC.
Conforme noticiado no último dia 12 pelo jornal Valor, a empresa abriu licitação para contratar no exterior módulos de compressão de gás para as plataformas flutuantes que irão operar na região do pré-sal. Estes equipamentos iriam ser feitos no país pelo grupo Iesa, um dos fornecedores da Petrobrás que estão sendo investigados pela Lava-Jato e, por isso, teve seu contrato rescindido. Segundo a reportagem, a Petrobrás admitiu em nota que “poderia recorrer a fornecedores externos para dar sequencia a seu plano de investimentos e que buscaria alternativas caso se constatasse algum obstáculo ao cumprimento das metas de conteúdo local”.
A FUP considera um imenso retrocesso essa decisão da Petrobrás, que coloca em risco uma das maiores conquistas dos trabalhadores no governo Lula, que é a política de conteúdo nacional, fundamental para o desenvolvimento da indústria local. Essa conquista tem sido reiteradamente alvo de ataques dos mesmos setores que defendem o fim do regime de partilha e são contra a Petrobrás como operadora única do pré-sal. A FUP, junto com a CUT, intensificará as mobilizações em defesa da manutenção da política de conteúdo nacional e dos postos de trabalho que estão ameaçados.
Fonte: FUP