Em plena crise, empresa segue cartilha de Bolsonaro de usar tragédia para enfrentamento político
Os trabalhadores da Petrobrás procuraram diretores do Sindicato Unificado dos Petroleiros de São Paulo para informar que a empresa tem utilizado a pandemia de coronavírus para indicar que a homologação seja feita com a própria empregadora.
No informe, a companhia aponta que “as homologações presenciais estão temporariamente suspensas e não há previsão de novos agendamentos. Esta medida visa atender à recomendação do Ministério da Saúde de evitar a circulação de pessoas nas ruas. Caso deseje, podemos enviar para seu e-mail um link de acesso à nossa plataforma digital que contém todos os documentos da sua rescisão.”
A aparente boa vontade pode resultar, na prática, em prejuízo ao trabalhador. Desde a reforma trabalhista, que contou com o apoio do atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido), deixou de ser obrigatória a realização das homologações nos sindicatos.
Com isso, muitos trabalhadores e trabalhadoras podem deixar de receber verbas rescisórias às quais teriam direito por desconhecerem o cálculo e os pagamentos que devem ser feitos após a demissão. A presença de um representante do sindicato neste momento garante que o pagamento ocorra conforme deve ser feito.
Apesar de suspender as atividades em suas regionais, o Unificado segue à disposição da categoria para todas as necessidades, inclusive as homologações e, conforme aponta o coordenador da regional Campinas, Gustavo Marsaioli, a comunicação com a base segue da mesma maneira.
“Esse é um período em que devemos estar muito atentos para que tentativas da empresa de burlar direitos e prejudicar trabalhadores não sejam colocados em prática. Essa medida mostra do que a direção da Petrobrás é capaz sob o governo do Bolsonaro, alguém que usas a crise para tentar tirar vantagem política”, critica o dirigente.
Por Luiz Carvalho do Sindipetro SP