Petrobrás recebe proposta para venda do Polo Bahia Terra. Sindipetro alerta para os prejuízos que a privatização trará

Gestão bolsonarista abre mão de um dos principais polos de produção de petróleo e gás na Bahia. Se a transação comercial for concluída, Petrobras deixará definitivamente de operar os campos terrestres no estado

[Da imprensa do Sindipetro Bahia]

Um dos mais importantes polos de produção e extração de petróleo e gás natural da Petrobrás, localizado na Bahia, e que foi colocado à venda pela estatal, recebeu uma proposta de compra, em valor superior a US$ 1,5 bilhão, feita pelo consórcio formado pela Aguila Energia e Participações Ltda e pela Infra Construtora e Serviços Ltda.

A direção da Petrobrás já confirmou que recebeu propostas vinculantes de interessados na compra dos ativos, aprovando o inicio da fase de negociação com o citado consórcio, que, segundo a estatal, apresentou a melhor proposta.

Se a transação comercial for concluída, a Petrobrás deixará definitivamente de operar os campos terrestres de petróleo e gás na Bahia, entregando às empresas privadas um negócio milionário, que durante décadas vem proporcionando lucro para a estatal e gerando emprego, renda e impostos para os municípios baianos de Esplanada, Entre Rios, Cardeal da Silva, Alagoinhas, Catu e São Sebastião do Passé, onde estão localizados estes campos.

Com uma produção média de cerca de 13,5 mil barris de óleo por dia e 660 mil m³/dia de gás (em janeiro e fevereiro de 2021), o Polo Bahia Terra, que está à venda, engloba os campos de Bálsamo, Araças, Buracica, Taquipe, Imbé, vários parques (que são estações de grande porte) e a Unidade de Produção de Gás Natural (UPGN) de Santiago.

“Somos contra a privatização por entender que ela traz inúmeros prejuízos, inclusive a redução da renda e direitos dos trabalhadores, dos investimentos e até mesmo da gestão social, que beneficia as cidades localizadas no entorno dos campos de petróleo”, afirma o Diretor de Comunicação do Sindipetro Bahia, Radiovaldo Costa, lembrando as inúmeras lutas, mobilizações, greves e audiências públicas organizadas pelo Sindipetro para evitar o desmonte e venda das unidades da estatal na Bahia. “Se dependesse do Sindipetro e da categoria petroleira as unidades da Petrobrás não seriam privatizadas e o tempo vai mostrar que estamos certos”.

Mas se o negócio for de fato concretizado, ressalta o Coordenador Geral do Sindipetro Bahia, Jairo Batista, “o Sindipetro não vai abrir mão de representar os trabalhadores da nova empresa, defendendo os seus direitos e buscando o melhor acordo coletivo de trabalho, para que não haja grandes perdas como costuma acontecer com a chegada das empresas privadas”.