Petrobrás reajusta gás de cozinha pela quarta vez este ano. É urgente uma política de preço que proteja o consumidor

“O constante aumento no preço do gás é demonstração contundente da inviabilidade da política de Preço de Paridade de Importação (PPI) usada pela administração da Petrobrás para reajustar os combustíveis e derivados de petróleo, componentes importantes nos cálculos da inflação, com efeito cascata na cadeia produtiva e no bolso dos consumidores”, destacou o coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, sobre o quarto reajuste este ano do GLP nas refinarias.

O produto já acumula alta de 22,8% na cesta de produtos da Petrobrás só em 2021. O quilo do GLP passou a ser vendido a R$ 3,21 nas refinarias, fazendo com que o botijão de 13 kg custe R$ 41,68. Em janeiro, a Petrobrás cobrava o equivalente a R$ 33,96 por botijão.

Ítem essencial na cesta básica das famílias brasileiras, o gás de cozinha que chega ao consumidor já acumula alta recorde de 18,2% nos últimos doze meses (até março), segundo o IPCA-15, medido pelo IBGE. E somente nos primeiros três meses de 2021, o aumento foi de 10,5%, sendo 4,6% só em março. O reflexo da alta do gás de cozinha foi sentido no item alimentação e bebidas, que aumentou 14,5% em doze meses, ou 2,2% em janeiro/março.

“E isso ocorre em pleno agravamento da pandemia, que exige maior distanciamento social, com as pessoas em casa, com preparação e consumo domésticos de alimentos”, observa Cloviomar Cararine, economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/FUP), ao comentar a deterioração no custo de vida dos trabalhadores.


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[Da assessoria de Comunicação da FUP]