Em meio a pandemia decretada pela Organização Mundial da Saúde do COVID-19, um vírus letal, a Petrobrás fechou os olhos para os petroleiros que trabalham embarcados.
Após inúmeros relatos de companheiros sintomáticos em várias unidades, e ante a ineficácia da gestão de crise da empresa, a FUP e seus sindicatos apresentaram uma pauta de reivindicações nesta quinta, 19 de março.
Com base em diversas orientações técnicas, foram apresentadas propostas sobre: USO OBRIGATÓRIO DE MÁSCARAS E LUVAS, sobretudo em situações de confinamento; acentuação do TRABALHO À DISTÂNCIA; PARADA DE PRODUÇÃO ou REDUÇÃO DO EFETIVO; fim das AGLOMERAÇÕES; e HIGIENIZAÇÃO constante.
Porém, a empresa respondeu com uma única proposta: os trabalhadores embarcados ficarão 28 dias em confinamento, com 14 dias de folga.
De acordo com o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, “os países que decidem desistir de medidas fundamentais de saúde pública podem ter um problema maior e um fardo mais pesado para o sistema de saúde, exigindo medidas mais severas de controle”. A COVID-19 surgiu pela primeira vez em Wuhan, na China, em dezembro passado. No início desta semana, haviam quase 125 mil casos em 118 países e territórios.
Para a Federação Única dos Petroleiros, a Petrobrás está sendo negligente com os trabalhadores que deveriam estar cuidando das suas famílias neste momento de crise. Em tempos de uma inédita pandemia letal, a Petrobrás quer que os petroleiros abandonem pais idosos e filhos pequenos por 28 dias.
Estudos apontam que nos próximos 28 dias a pandemia irá disparar no Brasil. Estes petroleiros irão embarcar sem saber se vão rever seus entes queridos. Além de afetar a saúde mental destes trabalhadores, esta atitude da empresa viola o Acordo Coletivo e a Lei 5.811/72. A proposta é desumana.
A FUP e seus sindicatos rejeitam essa irresponsabilidade de pronto e tomará as medidas judiciais e políticas necessárias.
ESCRAVIDÃO NÃO É RESPOSTA À PESTE!
Federação Única dos Petroleiros