FUP e CUT se articulam para impedir o retrocesso…
Imprensa da FUP
De forma sorrateira e sem fazer alarde, a Petrobrás enviou ao Ministério do Trabalho um documento propondo “rediscussão dos critérios de caracterização de risco da exposição ocupacional ao benzeno”. O objetivo dos gestores da empresa, expresso textualmente no documento, é impor goela abaixo dos trabalhadores um “limite de tolerância para a exposição ocupacional ao benzeno”. Ou seja, a Petrobrás quer jogar no lixo os avanços que os trabalhadores, através da FUP e da CUT, conquistaram com muita luta e pressão na Comissão Nacional de Benzeno, onde defendem que a exposição ao hidrocarboneto deve ser qualitativa e não quantitativa.
Por trás desta manobra absurda da empresa para alterar o Acordo Nacional de Benzeno, está a intenção clara de limitar o direito do petroleiro que atua em área insalubre à aposentadoria especial. Uma das alegações para a mudança proposta pela Petrobrás é que os atuais critérios de medição do benzeno geram “uma expectativa de aposentadoria precoce em grande número de trabalhadores”, como revela no documento enviado ao Ministério do Trabalho.
No documento, a empresa alija completamente os trabalhadores desta discussão, ao propor um seminário específico sobre a “caracterização do risco ocupacional ao benzeno” somente com “técnicos reconhecidos pela sua expertise no tema, nacional e internacionalmente”. É esta a forma como os gestores da Petrobrás lidam com a saúde e segurança dos trabalhadores.
O benzeno é um agente químico altamente tóxico e comprovadamente cancerígeno. A exposição ao hidrocarboneto compromete as defesas do organismo e desenvolve doenças como anemia grave e leucemia. Ao tentar criar um limite de tolerância à exposição ao benzeno, a Petrobrás reforça seu total descaso com a vida do trabalhador e a arrogância e autoritarismo em decisões unilaterais.
Esta, aliás, tem sido a tônica do comportamento dos gestores da empresa, tanto na condução da política de SMS, como nas relações diárias com os trabalhadores.
Impedir o retrocesso – A FUP e a CUT, que representam os trabalhadores na Comissão Nacional de Benzeno, estão se articulando com as demais centrais sindicais para barrar os ataques da Petrobrás e impedir este retrocesso absurdo nas relações e no ambiente de trabalho.