A Petrobrás interrompeu a operação de uma das três unidades do HDT e transferiu os trabalhadores para outros setores da Replan. A paralisação ocorreu na tarde do dia 25, por tempo indeterminado. Para o Sindicato, a empresa está promovendo um “auto-boicote”, mais uma das estratégias maquiavélicas da gestão atual, para o desmonte e a venda das refinarias.
A Petrobrás alega que a decisão é necessária para o cumprimento da sentença judicial, que determinou a retomada do efetivo mínimo. A desculpa é que a Replan não dispõe de quantidade suficiente de pessoal para garantir o número exigido nas áreas operacionais. A única saída para atender a liminar foi parar uma unidade e remanejar trabalhadores para completar o efetivo mínimo em outros setores.
A falta de pessoal é atribuída ao PIDV e a Petrobrás assinou seu atestado de ignorância e incompetência quando disse isso para a Justiça, por meio de um mandado de segurança, e ainda ameaçou paralisar as atividades operacionais, caso a decisão fosse mantida. O pedido, inteligentemente, foi indeferido.
O mais estranho é que ao mesmo tempo em que afirma que faltam trabalhadores para tocar as unidades, a Replan abre inscrições para a transferência de petroleiros para a Regap (MG). Uma situação extremamente contraditória!
Por trás de toda essa estratégia, o que a Petrobrás quer mesmo é dar continuidade aos seus planos de privatização. “A paralisação dessa unidade de diesel é uma decisão empresarial de redução de custos e nada tem a ver com o efetivo mínimo”, afirma o diretor do Unificado Bob Ragusa.
Segundo ele, é de conhecimentos de todos os petroleiros da Replan que a refinaria está operando, há meses, com a carga reduzida, em cerca de 70% da sua capacidade. “Essa parada não vai fazer a menor diferença, porque a refinaria já produz carga abaixo da nominal e a demanda de combustível tratado pode ser suprida por uma única unidade”, esclareceu.
O que a Petrobrás quer, de verdade, é enfraquecer o setor de refino. “A ordem é esvaziar e fatiar as refinarias, para facilitar a venda, e só com muita luta vamos impedir que isso aconteça”, finaliza o diretor.
Fonte: Sindipetro Unificado-SP