Petrobras prega política de “vazamento zero”. Realidade é outra

Sindipetro-BA

A Petrobras realizou na última semana de março, no Rio de Janeiro, o 2º Congresso de Segurança, Meio Ambiente, Eficiência Energética e Saúde\SMES), com participação de Ongs (nacionais e estrangeiras), empresas, sindicatos, FUP e gerentes de todos os níveis da estatal. A direção do Sindipetro Bahia se fez presente com os diretores Edson Almeida, Deyvid Bacelar e Agnaldo Júnior. Destaque no congresso foi o discurso da presidente Graças Foster, que pregou “vazamento zero” nas unidades da Petrobras e se declarou aberta a receber denúncias.

 
Segundo o diretor sindical Edson Almeida, o sindicato baiano se destacou no congresso pela posição firme em questionar os gerentes da área de SMS e RH que fazem o discurso “de que nada existe na empresa, mas que a realidade das estatísticas com acidentes, doenças ocupacionais, assédio moral, incapacidades e mortes desmoralizam estes discursos”. 
 
Embaraçados e nervosos diante da atitude responsável dos diretores do Sindipetro Bahia, os gerentes não souberam dar respostas aos questionamentos do movimento sindical petroleiro, inclusive quando foram criticados pelas dificuldades enfrentadas no preenchimento correto de documentos legais como ASO, PPP, PPRA e PPEOB e na concessão da aposentadoria especial para preservar a vida do trabalhador exposto ao benzeno e outros agentes agressivos.
 
Em discurso, a presidente da Petrobras, Graças Foster, entre outras coisas, disse: “como presidente, quero dizer que nessas questões de segurança e saúde não podemos simplesmente filosofar, muito menos nos contentar com o muito que, reconheço, conquistamos até agora. Em respeito aos nossos profissionais e ao meio ambiente, temos de ser absolutamente pragmáticos e conseguir o ideal: zero em estatística de acidentes, vazamentos, afastamentos e mortes no trabalho”. 
 
O Sindipetro  Bahia aproveitou o oportunidade e mais uma vez denunciou a subnotificação dos acidentes, as perseguições aos cipistas, a proibição de embarques, sempre que necessário, de sindicalistas nas plataformas e os inúmeros casos de punições de profissionais e técnicos por questionarem as incoerências da política de segurança, saúde e meio ambiente da empresa. Diante de tanto descaso, ressaltam os diretores Edson, Deyvid e Agnaldo, “espera-se agora que a presidente Graças Foster cumpra o que prometeu em seu discurso”.