Petrobrás precariza setor de gás no Uruguai e demite trabalhadores

 

Toda solidariedade aos petroleiros da MontevideoGas

A FUP e seus sindicatos manifestam total solidariedade aos petroleiros da distribuidora de gás natural do Uruguai, a MontevideoGas, cuja concessão pertence à Petrobrás. Os trabalhadores estão enfrentando demissões e retirada de direitos, em função do desmonte que a empresa brasileira está promovendo no setor de gás do país vizinho.

Sem negociação com o sindicato local, a Petrobrás anunciou nesta quinta-feira, 09, pela imprensa uruguaia a demissão de sete empregados. Em março, outro trabalhador da MontevideoGas já havia sido demitido e 20 foram encaminhados para o seguro desemprego.

Segundo a Unión Autónoma de Obreros y Empleados de la Compañía del Gas (Uaoegas), gestores locais da Petrobrás teriam comunicado a intenção de demitir 37 trabalhadores.

O pacote de venda de ativos, aprovado pelo Conselho de Administração da empresa no dia 26 de abril, inclui a saída do setor de distribuição de gás do Uruguai.

Para protestar contra as demissões e a precarização das condições de trabalho, três empregados da MontevideoGas estão em greve de fome desde o dia primeiro de maio.

O sindicato uruguaio vem denunciando as ações antissindicais da Petrobrás e os ataques contra os direitos da categoria desde o ano passado.  Entre outubro e novembro, 21 trabalhadores da MontevideoGas realizaram uma greve de fome por 25 dias para garantir o acordo de trabalho, sem perdas de direitos, nem demissões. A Petrobrás descumpriu o acordo, levando os petroleiros a uma série de mobilizações em março e em abril.

Esta semana, a Fancap, federação dos trabalhadores da empresa estatal de energia do Uruguai (Ancap), anunciou que poderá cortar o fornecimento de combustível para postos da Petrobrás e para um aeroporto, em retaliação às demissões feitas pela empresa.

A Uaoegas já chegou a cobrar o fim da concessão que a estatal brasileira tem sobre a distribuição de gás natural no Uruguai, acusando a petrolífera de atuar de forma predatória no país, interessada apenas em lucros, sem responsabilidade social e impondo preços exorbitantes aos consumidores. Ainda segundo o sindicato, desde que a Petrobrás chegou ao Uruguai, o número de consumidores caiu de 45 mil para 38 mil e a empresa se recusa a discutir um plano de reestruturação do setor com os representantes dos trabalhadores e com o governo.

A FUP e seus sindicatos manifestam solidariedade integral aos companheiros uruguaios, que, assim como os petroleiros brasileiros, denunciam os prejuízos que os consumidores e trabalhadores enfrentam quando recursos energéticos são controlados por gestores privados, sem qualquer compromisso com os interesses do povo e a soberania nacional.

A luta dos petroleiros uruguaios em defesa da soberania energética é a mesma dos brasileiros.

[FUP]