Petrobrás não apresenta proposta e petroleiros discutem organização da greve

FUP

 

A FUP teve mais uma rodada de negociação com a Petrobrás na manhã desta quarta-feira, 03, para buscar uma proposta que possa contemplar as principais reivindicações da categoria. A reunião contou com a participação das subsidiárias e gerências de todos os setores da empresa, bem como de dirigentes da maioria dos sindicatos da FUP e também do Sitramico-RJ, que representa os trabalhadores da BR Distribuidora.

A FUP abriu a reunião, destacando a presença hoje no Rio de Janeiro de trabalhadores de várias regiões do país, que participaram, no início da manhã, do ato público realizado em frente aos prédios da Transpetro e da ANP, contra a retomada dos leilões de petróleo e por condições dignas de trabalho e salários (leia matéria abaixo). Em resposta à cobrança da FUP de uma nova proposta, a gerência de RH da Petrobrás informou que não há expectativas da empresa apresentar nesta quarta uma nova proposição aos trabalhadores. A alegação é que depende da reunião de quinta-feira da Diretoria Executiva da Petrobrás, para que seja discutida a última proposta que o RH da empresa se comprometeu a apresentar para a FUP no máximo até esta sexta-feira, 05.

A FUP tornou a destacar que hoje termina o prazo estabelecido pelos sindicatos para uma resposta da Petrobrás e que a empresa foi comunicada desde a semana passada sobre a rejeição em massa da sua atual proposta.  Os trabalhadores cobraram uma nova proposta até o mais tardar na manhã desta quinta-feira, 04, data em que o Conselho Deliberativo da FUP volta a se reunir para definir os próximos passos da campanha salarial e a organização da greve por tempo indeterminado, a partir do próximo dia 11.

A Petrobrás mais uma vez tentou justificar que os atuais resultados da empresa não são bons, tanto no que diz respeito a produção, quanto aos indicadores financeiros, reiterando que deve apresentar até sexta-feira, 05, uma  “última e definitiva proposta”.  A FUP rebateu, afirmando que tudo leva a crer que a empresa termine 2012 com um resultado positivo, não tão pujante quanto nos anos anteriores, mas muito melhor do que o de diversas outras empresas que fecharam acordos garantindo aos trabalhadores ganhos reais bem acima do que o está sendo proposto pela Petrobrás.

A FUP destacou em mesa os principais pontos considerados essenciais para a construção de um acordo com avanços para a categoria. São eles:

•    Ganho real digno, compatível com a importância das atividades da Petrobrás para o país;
•    Solução para o regramento das PLRs futuras;
•    Equiparação das horas extras dos trabalhadores do administrativo com os trabalhadores de regimes especiais e horas extras a 120% nas paradas de manutenção;
•    Pagamento dos feriados trabalhados no turno (extra-turno/dobradinha);
•    Auxílio alimentação para todos os trabalhadores, como já é praticado na BR Distribuidora;
•    Readequação da tabela do ATS (Adicional por Tempo de Serviço);
•    Adicional de penosidade, como já foi conquistado por várias outras categorias;
•    Cumprimento do ACT da Transpetro, que prevê a implantação da AMS para aposentados e pensionistas;
•    Que nenhum trabalhador receba o abono proposto pela Petrobrás com valores inferiores ao que foi pago no ano passado.