O Sindipetro-ES não assinou o relatório final da Comissão de investigação do acidente da BW Offshore, que matou nove trabalhadores na FPSO Cidade de São Mateus, no dia 11 de fevereiro, no litoral capixaba. Além de inconsistente, o relatório desconsiderou e desqualificou as denúncias e depoimentos dos trabalhadores de que houve falhas e negligência da BW, já que o vazamento na Casa de Máquinas era recorrente há mais de um ano, com conhecimento da empresa.
Além de ignorar as denúncias, a Comissão ainda declarou no relatório final que a BW tem as “melhores práticas” e um sistema de gestão adequado, contrariando informações da própria Petrobrás de que vários procedimentos da multinacional só existem no papel e não são cumpridos no dia a dia. A Comissão passou por cima dos relatos das vítimas e de outros trabalhadores da FPSO, como o cipista eleito Vítor da Silva, cujo depoimento comprova detalhadamente que a explosão no dia 11 de fevereiro teve correlação com outras ocorrências na plataforma. Uma das vítimas, inclusive, já havia se acidentado em 20 de dezembro de 2013, durante um vazamento semelhante no mesmo local. Por causa de suas denúncias, o cipista sofreu retaliações da BW e foi transferido para outra unidade da empresa, numa clara violação à NR-05.
Mesmo sem a assinatura do Sindipetro-ES, o relatório da Petrobrás foi encaminhado à Policia Federal e à Marinha. O sindicato e a FUP continuarão cobrando a responsabilização da BW e de seus gestores, bem como indenização para as vitimas do acidente e seus familiares.
Fonte: FUP